segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Diário do contador: Isabella Brandão


Em meu encontro com as crianças hoje (faço mediação de leitura com uma turma de 2º ano), levei um livro que me encantou bastante pelo seu formato. Era “O menino, o cachorro” ou “O cachorro, o menino”, de Simone Bibian, com ilustrações de Mariana Massarani. O livro foi feito de forma que pode ser lido partindo tanto da capa da frente, quanto da capa de trás, e conta a história de um menino que queria muito ter um cachorro e de um cachorro que queria muito um menino, sendo que as histórias se encontram exatamente no meio do livro. Os dois (menino e cachorro) fazem parte da mesma história, que na verdade é contada a partir de duas perspectivas – uma em que o personagem principal é o cachorro e outra em que o personagem principal é o menino.
As crianças se interessaram inicialmente pela capa, que é bastante colorida, cheia de ilustrações “-Tia, que livro lindo!”. Quando propus a eles que escolhessem por qual dos lados gostariam de começar, imediatamente ficaram curiosos sobre a forma como a história seria contada. Quando chegávamos ao fim (ao meio), iniciávamos a história pelo outro lado e rapidamente eles começavam a opinar sobre o que aconteceria adiante. Além de despertar a curiosidade dos pequenos, as ricas ilustrações proporcionaram vários momentos de partilha de experiências em que eles contaram sobre seus animais de estimação, sobre seus desejos, saudade que sentiam de amigos, pontos abordados ao longo da narrativa. A história é sensível e encantadora e permite um rico diálogo, interação com as imagens, além de ser muito criativo. Ótima dica para uma leitura fora do convencional!


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Diário do Contador: Márcio Alves


                                      As Aventuras de um Contador




             Não faz muito tempo que comecei a fazer leitura dialógica para a turma do 4° ano A, desde o primeiro dia me surpreendi com a recepção carinhosa de todos os alunos. Garotada animada e disposta a se envolver na leitura.
            Os pequenos ficaram muito curiosos para me conhecer, saber por que eu estava no projeto, ficaram meio que impressionados com um “homem” como mediador de leitura, todos estavam acostumados com mulheres e moças, pessoas com as quais têm mais contado dentro da escola.
           Desde o primeiro dia tentei ganhar a confiança deles, conversando de maneira bem descontraída e estabelecendo regras nada convencionais para estimular a liberdade de expressão e imaginação durante o momento especial da leitura. Uma dessas regras era que todo mundo estava na obrigação de não ter obrigação, ou seja, tudo era voluntário e todos eram livres para participar ou não. Para minha surpresa, eles adoraram e me questionaram se aquilo realmente eram regras, porque eram muito fáceis de seguir, e riram bastante.
         Nas semanas seguintes durante as leituras percebi que foi se consolidando uma relação afetuosa entre nós (como mostra o desenho do coraçãozinho feito por uma das crianças). Fiquei muito feliz por ter cativado esse tipo de sentimento nas crianças através da mediação de leitura.
        Espero que esse sentimento de carinho e confiança que as crianças criaram por mim através da leitura dialógica possa ser desfrutado também pelos pais e professores, para que eles também possam viver as aventuras de um contador.