segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Diário do contador por Barbara de Souza


Qual é a linha que separa a criança de um adulto, e do contador do ouvinte? Nesta semana tivemos a chance de cruzá-la experimentando e explorando ambos os papéis.
Em nossa reunião semanal com os integrantes do projeto realizei duas dinâmicas. A primeira consistia em desenhar algum objeto que estivesse dentro da sala onde nos encontrávamos usando o corpo ou outros objetos.

 No começo todos estavam acanhados, mas ao final os desenhos foram se formando (ou se deformando) e refletiram a nossa dificuldade, como seres humanos, de realizar uma ação muitas vezes banal por outros meios. Na contação de histórias, às vezes as limitações ou o medo nos deixam incapazes de ler a história de um modo diferente do que já foi realizado, tornando-a monótona e sem vida. E essa dinâmica teve como objetivo mostrar que tentar arriscar formas diferentes de mediar a leitura (fantoches, desenhos, teatro...)  só enriquecem mais o aprendizado e compreensão da história por parte da criança.
Já na segunda dinâmica, enquanto eu lia trechos de uma história, os demais participantes desenhavam tudo que se passava em suas cabeças. Os resultados foram inúmeros, e mostraram várias interpretações e associações do mesmo trecho, mostrando a personalidade e experiência de cada um.

 Os desenhos são as representações mentais, pensamentos e impressões que as crianças têm durante toda a contação, que na dinâmica estão sendo impressas na folha de papel. No momento em que comecei a contar a história, todos os contadores do projeto tomaram o lugar das crianças que eles mediam leitura, transcrevendo todos os seus pensamentos por meio do desenho. Isso nos fez perceber como o papel do ouvinte na contação de histórias é tão difícil, fazendo-nos refletir também na maneira que devemos tratar as crianças e entende-las quando estão inquietas ou dispersas durante a história.
Essa dinâmica proporcionou aos mediadores de leitura a experiência de se sentirem totalmente imersos em seus pensamentos, e ao mesmo tempo presentes na fantasia da história. Ela apenas concedeu a eles o lugar de serem crianças novamente.
Se quiserem ter essa mesma oportunidade, não sejam tímidos. Peçam a alguém que conte uma história e comecem a ser criança outra vez.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Dica de livros para dar de presente no dia 12 de outubro!


Olá pessoal que acompanha o nosso blog. Hoje vamos dar dicas de livros super interessantes e estimulantes para atrair o olhar da criançada no dia especialmente dedicado a elas. Fizemos uma seleção com obras voltadas para várias faixas etárias. Também faremos uma breve apresentação do conteúdo de cada livro. Aqui vamos nós: 

“O almoço está entre nós -  Franny K. Stein cientista maluca” de Jim Benton
(de 8 a 11 anos)

Não há ninguém como Franny K. Stein, uma superinteligente cientista maluca. Depois de muita pesquisa, a garota criou uma poção que a transformou em uma menina como as outras que brinca de boneca e até usa vestido! Mas, quando o horrível Demônio Gigante Monstruoso, um ser feito de restos de comida, lixo e resíduos radioativos, invade a sala de aula e deixa todos em pânico, só quem pode salvar o dia é a Franny... Se ela voltar a ser genial e a cientista de sempre.

“João esperto leva o presente certo” de Candace Fleming (de 3 a 8 anos)

O que você faria se fosse convidado para a festa de dez anos de uma princesa e não tivesse dinheiro para comprar presente? Pois bem: o esperto João decide assar um bolo para a princesa. E ele só precisa agora seguir o caminho até o castelo. O que pode dar errado?

“Alice no telhado” de Nelson Cruz (de 5 a 10 anos)

De um círculo sai um coelho apressado, que desaparece em direção a outra página. Depois uma menina aflita, um chapeleiro, alguns soldados, um rei e uma rainha. E também surge um gato listrado, sorridente e matreiro. São os personagens de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, que invadem as páginas e vão assumindo o roteiro, cabendo ao autor a tarefa de conceber o cenário para eles. Como seria se Alice e os outros personagens estivessem no mundo real? 

“Branca de Neve e as 7 versões” de José Roberto Torero e Marcus Pimenta
(de 11 a 15 anos)

Imagine como seria a vida da Branca de Neve se ela casasse com o caçador? Ou se o espelho mágico mentisse para a Madrasta? E se ela não tivesse que fugir do castelo e seu pai não tivesse morrido? São sete histórias possíveis para a nossa Branca de Neve tão conhecida quanto os sete anões. 

Espero que todos tenham gostado das dicas e que aproveitem esse dia das crianças para presentear a criatividade delas.

Postado pela mediadora Yohana Torres

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Diário do contador por Jéssica Araújo

Uma experiência com história em quadrinhos


A história em quadrinhos é uma forma de leitura que normalmente desperta muito interesse nas crianças. Sua dinâmica, a forma como os personagens se dispõem nos quadrinhos, as onomatopeia, e até mesmo o cenário contribuem para que a história seja ao mesmo tempo divertida e interessante.
Em minha última contação resolvi ler com as crianças, pela primeira vez, uma história em quadrinhos. 
A princípio tive um pouco de receio, mas ao mesmo tempo tinha certeza que as crianças iriam gostar. A história “O mistério do Pântano” conta a aventura de Chico Bento que ao se perder em um pântano escuro juntamente com sua namorada Rosinha e seu primo Zé Lelé, precisam enfrentar criaturas monstruosas para poderem voltar para casa. A história era de certa forma grande, e inclusive era dividida em duas partes, e por isso, fiz a contação em dois dias.                       

Só de olharem a capa as crianças ficaram muito animadas, tanto meninos quanto meninas, e em todos os momentos elas contribuíram com a leitura fazendo os “sons” que apareciam na história, e me ajudando com as vozes dos personagens. O fato de dividir a história em duas partes me deixou de certa forma um pouco apreensiva de que as crianças a esquecessem, por se tratar de um gibi, mas no segundo dia de contação as crianças me surpreenderam contando todo o enredo da primeira parte, até mesmo os detalhes, e estavam muito curiosas para saber como terminaria a jornada do Chico Bento. Ver as crianças brincando com a história fez da leitura dialógica com quadrinhos ser muito divertida. Foi realmente muito bom ver a empolgação de todos.     

Algumas dicas:
Na leitura dialógica de uma história em quadrinhos é necessário a presença de menos crianças,de duas a três no máximo, para que todo possam ver as imagens.
Para que se torne uma leitura mais dinâmica e divertida fazer diferentes vozes para os personagens é uma boa opção.