sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Viagem pela América do Sul, 1° parada: Uruguay

Olá! Depois de voltas e voltas pelo Brasil, de passarmos pelo sudeste e pararmos no Sul para tomar um Chimarrão, chegamos ao Uruguay e já descobrimos coisas maravilhosas sobre esse país.  Como estávamos um pouco cansados, paramos na beira do Rio Uruguay e descobrimos de onde veio tanta água... Por isso, demos uma pausa para podermos compartilhar com vocês um pouco dessa história.  



Certo dia o diabo, cansado de caminhar pelas matas, porque nesse tempo, tudo isto aqui era só mato a perder de vista, decidiu tirar uma sesta para refazer as forças e continuar sua caçada de almas malvadas.
E tratou de se espichar num tapete de guanxumas alta. Caiu bem ao pé de uma figueira carregadinha de frutos maduros.

Nesse tempo, povoava essas matarias que se estendiam longe, a fazer limites com Santa Catarina e as terras do rei
da Espanha, uma raça de passarinhos pequenos e cantadores, chamada URU. Aquele dia, depois de saborearem também os figuinhos roxos e suculentos, resolveram dar graças a Deus, cantando o que era uma lindeza de se ouvir. Eram milhares de milhares.

O diabo, que tem um sono de pedra e ninguém consegue acordar quando está dormindo, naquela tarde não pode deixar de ouvir a orquestra dos passarinhos. Sua irritação era tamanha que resolveu dar um sumiço nesses bajuladores do Velhinho lá de cima...
Unindo o gesto a palavra, encheu as bochechas vento, ficando com a cara em brasa, de tanto fazer força. Depois que tinha botado dentro da boca a maior quantidade de furacão, soprou com tanta fúria quanto podia, virando para o lado de onde lhe parecia provir o som.

A passarada tratou de se cambiar, atirando-se espaço a fora, num movimento único. Depois pensaram que se o diabo não queria que eles cantassem no fofo dos galhos e ramagens, então cantariam no ar mesmo fora de seu alcance. Lá em riba recomeçaram seu gorjeio, ainda mais bonito, mais alegre do que antes.
Furioso o diabo resolveu matar todos de uma vez só. Ouviu-se uma explosão, era como um tiro de canhão. E um horrível fedor de enxofre se propalou, na terra e no ar, deixando a bicharada tonta de cair.
Com aquele canhonaço que se ouviu por milhares de léguas ao redor, Papai do céu, que também andava cá na terra, desconfiou que aquilo não podia ser coisa boa.
Nisso o relampejo do sol, sobre as asas do miles de passarinhos que começavam a cair do céu a imitar uma chuva transparente, daquelas do tipo casamento da raposa, alertou o santo de vez.
Levantando as mãos para o céu, pediu a benção do Espírito Santo – que também era uma ave, pois sempre aparece disfarçado de pombinha branca – numa tentativa de salvar os bichinhos da senha malvada que os estava exterminado aos miles.
Ergueu a mão direita na direção da passarada que caia, e a medida que o poder mágico de seus dedos ia atingindo os uruzinhos, foi acontecendo um milagre. As avezinhas que ainda tinham qualquer sopro de vida no corpo, foram se transformando em gota d´água, e as que já tinham morrido, se despencaram do alto para o chão, mudadas em pequenas pedras redondas e chatas, hoje conhecidas pelo nome de chanteiras, e que lembra pelo formato um passarinho de assas abertas.


O volume de água foi tanto, a prosseguir pelo chão, por vales, matarias e campos, que o limite seco que separava o Rio Grande de Santa Catarina e da Argentina se tornou num rio enorme.
Foi assim que nasceu o rio dos Uruguai, o rio Uru-gua-i, rio dos passarinhos, outros chamam de “rio dos pássaros pintados”.


Uruguai significa “Rio dos Pássaros Pintados”. Já descobrimos de onde vem o “Uru”. “Gua” é igual à preposição “de” no sentido de “vem de”. “Y” do Guarani, significa água. Então Uru-gua-y é uma frase que significa, de trás para frente, Água que vem do Uru.
Agora que descansamos um pouco aqui na beira do Rio Uruguai, vamos voltar a viagem! Afinal, a Argentina nos espera!


Por: Andressa Priscilla
Ilustrado por:  Viajantes do 5° ano B.

Nenhum comentário: