sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diário do contador por Mariana Kirschner

O que você faria se encontrasse um livro vermelho igualzinho a esse, em uma biblioteca?
Bom, talvez você não fizesse nada. Mas e se fosse um livro de um poderoso feiticeiro?

 O livro “O aprendiz de Feiticeiro” fala sobre a curiosidade. Simão é um menino muito esperto, que resolve trabalhar como ajudante de um feiticeiro bem excêntrico. Já em seu primeiro dia de trabalho, ele é tentado pela sua curiosidade a roubar algo proibido: o livro vermelho.  Ao longo da leitura, descobrimos que o livro vermelho continha fórmulas mágicas capazes de transformar qualquer um em qualquer coisa: animal, objeto ou pessoa!                                                
Essa contação foi, particularmente, muito engraçada! Perguntei as crianças de um dos grupos se elas sabiam o nome do feiticeiro. Elas ficaram curiosas, e disseram que não. Então, cada uma  sugeriu um nome e ao final lhe chamamos de: Mestre Coruja Chifu Banana! A possibilidade de participação na construção da narrativa deixou as crianças super empolgadas.                                                                                                                                                                        Nesses dois últimos encontros eu pude perceber  algo que me deixou muito feliz. Quando iniciei minhas contações, algumas crianças se mostravam muito dispersas e realmente desinteressadas. Eu pensei: " Vamos ver como as crianças respondem a leitura dialógica..."  Incrível! Atualmente eu as percebo mais participativas. Talvez porque agora elas estejam se dando conta de que aquele espaço é delas e que eu não sou a “tia” que as vai colocar de castigo, nem dedurar suas “bagunças” para a professora. Acho que estão começando a entender que elas podem contribuir para as discussões e se divertir durante a leitura.

Aprendi, pela minh experiencia prática, que a leitura dialógica possibilita a criação de vínculo, palavra chave no processo de aprendizagem e de subjetivação.

Um comentário:

Livros Abertos: Aqui Todos Contam! disse...

Concordo plenamente! Sem vínculo, a leitura dialógica simplesmente não acontece. Sem ouvir verdadeiramente a criança, as técnicas tornam-se estéreis. Parabéns!