segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Diário do Contador por Laís Melo



Me senti mais confortável ao saber que não só eu mas, também, as crianças não conheciam a história dos Bogatires. Essa é uma das histórias do livro Vice-versa ao contrário, assim como a história do Peter Pan, que contei umas semanas atrás. Engraçado que diante de tantas histórias conhecidas (e suas respectivas versões inventadas/cômicas que o livro traz) as crianças escolheram essa, com um nome tão, tão... FEIO! (pensei). Enfim, as crianças deram um descanso para os clássicos mais clássicos e, imagino eu, resolveram descobrir o que uma história de nome tão estranho fazia entre outras tão conhecidas.

É uma ótima história. A versão original trata da lenda dos bogatires, que eram seres gigantes nascidos da Mãe-Terra. Essa é uma lenda que fazia parte (não sei se ainda faz) da tradição oral do povo russo, que contava as aventuras desses gigantes em forma de música ou poesia, ressaltando a força deles, bravos guerreiros, que defendiam as terras de invasores.
O texto cita ainda outras lendas que tratam de gigantes, mas que foram inventadas em outros lugares do mundo, em que eles aparecem ora como benfeitores, ora como malfeitores. E daí surge a inquietação do autor (minha e das crianças também): Será que os homens sonham ou imaginam as mesmas coisas em lugares diferentes? Bem... pensamos que talvez isso seja possível, mas não soubemos explicar.


Bem... fim da história original.


A versão inventada/cômica dessa lenda revela uma guerra entre os bogatires e homens. Entretanto, e para a surpresa de  todos, os homens saíram ganhando nessa. E a explicação é ótima: sempre que um bogatir atacava um homem e o dividia ao meio, as partes  que sobravam se transformavam em dois homens! Dessa forma, ao verem que a luta estava perdida, os bogatires desistiram e resolveram se refugiar no fundo das cavernas, e lá, caíram nos abismos  escuros e viraram pedras. Dessa forma, os homens se tornaram os “manda-chuvas” da terra.
Ah sim! Quando um bogatir partia um homem ao meio, dos dois que resultavam, um era destro e o outro canhoto. As crianças gostaram muito dessa parte, pois, realmente, é uma ótima explicação para o fato. Mas, se foi assim, deveria existir no mundo a mesma quantidade de destros e canhotos. Então... porque existem infinitamente mais destros que canhotos? Isso eu deixo pra vocês mesmos descobrirem. E eu, sendo canhota, não sei se gostei muito da explicação...

Um comentário:

All you need is blog... disse...

Adorei!
Não sei por que há menos canhotos, mas sei que ser gauche na vida não é para qualquer um...