Desde 2011, histórias foram tecidas e se somaram ao Livros Abertos, cada trama, cada nó, cada erro e acerto veio somando ao longo dos anos e criando uma equipe que não pára de crescer.
Aos nossos antigos mediadores, nosso agradecimento amoroso... pelas maravilhosas contações, inspiradoras experiências. Ao longo de um semestre - e em muitos casos muuuitos semestres - tivemos a oportunidade de conhecê-los e compartilhar sua percepção única sobre o mundo e sobre as relações escolares.
Somos gratos as amizades que ficaram...
Somos gratos pelos livros que foram indicados por vocês e hoje moram em nossas estantes e em nossas memórias.
Somos gratos pelos segredos que compartilhamos nos bastidores de nossas contações... aqueles que ficaram guardados a sete chaves... mas agradecemos também àqueles que eles foram compartilhado entre risos e lágrimas.
Amor e agradecimento foi o que recebemos de Raquel Freire
"O Livros Abertos foi incrivelmente especial! O difícil é que eu queria dizer isso de um jeito que pudesse de fato mostrar toda a gratidão que tenho pelo projeto, e quando digo projeto quero dizer tudo dele! Os grandes amigos que fiz, a Eileen maravilhosa, as crianças, as contações, os professores, as oficinas, as experiências, os livros...é um projeto que amo e que fez toda a diferença na minha graduação (afinal fiquei lá desde o terceiro semestre e me formei em 6 anos hahahah) e na vida De minhas lembranças, as que tive no livros abertos estão na minha memória e no coração com um carinho imenso! Meus olhos até enchem de lágrimas (felizes) ao recordar delas! Bem é isso, sem muito floreios mas com muito amor."
Pedimos para Raquel compartilhar uma experiência de contação que foi marcante e olha só o que lembramos...
" uma contação que me veio agora e foi inesquecível foi quando as crianças estavam pedindo histórias de terror e eu não estava mais achando livros e decidi escrever uma para elas...não foi uma grande história, mas compartilhar com elas esse momento, a surpresa e alegria delas, também a possibilidade de criar foi algo incrível. Essa foi especial e mais concreta, mas toda contação trazia isso, um espaço para compartilhar uma história que por mais que já fosse conhecida se tornava única naquele momento".
A possibilidade de criar com liberdade foi lembrada também por Joao Bosco, ao falar sobre uma contação que fez história...
''Uma experiência marcante na contação foi quando eu trouxe um livro chamado “Aventuras na Serra do Mar” que era um livro sobre 4 garotos que fazem uma trilha de aventura pela serra encarando desafios da floresta. Eu mostrei para os alunos as aventuras que eu já tinha passado por fazer parte do Clube de Desbravadores, no qual o livro era inspirado. Falávamos de acampamento, de escalada, eu levei uma barraca de acampamento e a gente fazia as contações dentro dela, tudo para trazer os estudantes mais perto do que as personagens no livro passaram. Foi certamente uma das contações mais movimentadas que tivemos."
O projeto de extensão Livros Abertos também marcou muito a vida acadêmica de muitos mediadores, construindo novos sentidos e novas perspectivas, este foi o caso de Joao Bosco, vamos conferir como foi para ele entrar no projeto?
"O Projeto Livros Abertos surgiu para mim no fim do ano de 2014. Na época, eu era aluno do UnB Idiomas e fazia meu segundo semestre de francês. Não estava sendo muito produtivo nas aulas e estava insatisfeito com o curso e minha falta de progresso. Andressa, minha parceira no crime, - ainda mediadora do projeto - me convidou para fazer parte do projeto que a amiga dela era participante e sugeriu de eu largar asa aulas de francês. Confiando nela e somando meu desanimo com o curso de línguas larguei tudo e fui na reunião do projeto.
Depois de formalmente inscrito, a primeira sensação que vem a memória é a de estar deslocado. Claramente a minha falta de experiencia fazia com que eu fosse nas reuniões mas ficasse calado por maior parte do tempo. Ambientação é sempre um desafio para o “novato”.
Eu me lembro de ir na escola e ser designado nos últimos meses de aula do ano a turma do segundo ano. Ela era pequena então eu ficava sozinho nela. Foi um desafio do qual eu me julgava extremamente incompetente para lidar, e por muitas vezes achei que eu estava fazendo tudo errado e que a proposta do projeto era impossível para eu desenvolver.
O ano findou e vieram as férias. No ano seguinte, Andressa me renovou o convite e seria uma covardia deixar o projeto assim tão no início. Sabia que deveria primeiro ter um experiência mais sólida para decidir se ficava ou não".
Ai, Joao! E aí, como foi no ano seguinte?
"Ao começar o ano de 2015, o tempo de pratica, as reuniões com os mediadores, e o tempo passado na presença da nossa professora coordenadora, o interesse, o empenho, o conhecimento e a paixão pelas atividades do projeto cresceram. É excelente para qualquer ser humano encontrar um lugar onde ele é respeitado por aquilo que faz, e suas considerações são ouvidas e rebatidas com respeito e amizade. E foi exatamente nesse meio que eu me encontrava.
Constantemente desafiado a pensar as posições que tinha, uma atitude cooperativa para com os meus amigos que fiz no projeto onde era possível falar com absoluta franqueza e saber que haveria sempre o respeito e uma piada pronta para qualquer ocasião. Porque se há uma coisa que os membros do projeto tinham em comum era a alegria e a disposição para uma boa festa.
As contações na escola ficaram mais leves e mais fluídas, pois agora eu tinha certeza do que eu fazia, e não mais ficava paranoico se estava dando tudo certo como manda o script. Trabalho com pessoas, ainda mais crianças, raramente se consegue manter no planejado. Então eu traçava um objetivo final e deixava o entusiasmo das crianças e a fluidez da leitura me deixar lá."
Joao nos lembrou também de outros trabalhos que fazemos no projeto e que foram marcantes para ele:
"O propósito do projeto era muito bonito e deu tanto certo que começamos a receber convites para oficinas em outras escolas. E o que fizemos? Festa! Porque nada era mais divertido, e como eu me divertia, do que ir em outros lugares e levar, demonstrar o que a gente fazia lá dentro da universidade. Afinal não é esse o propósito da extensão universitária? De se conectar com a comunidade e fazer algo em prol dela?
A mim ficou a responsabilidade de fazer as apresentações do projeto. Das oficinas, da semana universitária, a Eileen confiava que eu traduziria em palavras e imagens, tudo o que o projeto representava. E eu aproveitei mesmo essa liberdade para cantar, para dançar, para falar e demonstrar que o fundamento do nosso projeto está na alegria em incentivar a leitura, como um prazer que se conquista come esforço e persistência, e não somente um prazer por si só, fácil de ser alcançado.
O blog - OLHA A GENTE AQUI <3 -, é uma ferramenta utilizada pelo projeto também para externalizar para os leitores nossas experiencias e colocar em palavras aquilo que sentíamos ou experimentávamos. Já escrevemos de quase tudo, quando os alunos dizem para a gente: “Nossa tio, você tem voz de travesti”, ou “Tia, meu pai tá na cadeia” e o que era mais ouvido “Eu sou MC Lepo Lepo”. Das coisas boas e ruins que já ouvimos tudo encarando com muita seriedade, mas sempre alegres, porque era nossa oportunidade de trazer a leitura mais próximo das crianças e mostrar que um livro pode conter respostas para as perguntas mais loucas que podemos formular."
A saída do projeto... assim como o final deste texto nos deixa um gostinho de quero-mais!
Convocamos todos os ex-mediadores para um abraço virtual e uma roda de conversa, para nos recordamos de nossas aventuras juntas!
Topam o convite?
Com carinho, Equipe Livros Abertos - AQUI TODOS CONTAM!
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