terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Quilombo Orum Aiê - André Diniz

“No Quilombo Orum Aiê não há guerras ou desavenças e todos vivem por muitos anos com perfeita saúde. Dinheiro, leis e governantes lá não tem vez: são inúteis a um povo que vibra na mais pura harmonia. Para que leis, se lá todos se respeitam? Fazer o que com dinheiro em um lugar onde tudo é de todos?”.

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No imenso e diverso mundo dos livros, não importa a quantidade de livros que você já tenha lido, um ou outro vão se destacar com uma carga maior de carinho. Não precisa ser um livro com mais de mil páginas, nem com ilustrações que parecem ter sido retiradas de algum museu muito famoso de sabe-se lá onde neste grande planeta. Ele pode ser um livro pequeno, em formato de história em quadrinhos e com poucas páginas e ainda assim, carregar o mais poderoso dos discursos e mais linda das histórias. Quilombo Orum Aiê é um desses livros.


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Salvador, janeiro 1835. Vinicius, mais conhecido como Capivara, menino negro escravizado passa a vida questionando sua existência, a dos outros e o funcionamento da sociedade. Cresceu ouvindo da mãe sobre um Quilombo especial para onde o pai de Capivara foi e nunca mais voltou. Aproveitando um levante de negros libertos, o menino decide fugir de Salvador levando consigo Sinhana, a menina pela qual Capivara nutre amor, Abul, um negro que ninguém conseguia entender o que dizia, por ser de uma região da África com idioma diferente do falado pelos outros negros e o branco foragido Antero, do qual se sabe pouco. Durante toda a jornada rumo o Quilombo, Capivara aprende sobre si, descobre que o ser humano pode ser surpreendente e dá nome ao que faz desde sempre: filosofa.


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O caminho percorrido por Capivara, Sinhana, Abul e Antero levam o menino até o tão sonhado Quilombo Orum Aiê, mas ele não pode ficar lá. A razão é mais intensa e emocionante possível, mas que eu não vou dizer, para não estragar a história.



O livro traz de maneira leve informações reais para o leitor, como o levante de janeiro de 1835 que ficou conhecido como a Revolta dos Malês e, já informações já conhecidas por pessoas de religiões afro brasileiras, o que significa o Orum Aiê, além de diversos Orixás citados como protetores dos negros da história, como Ogun, Xango e Oxum e isso acaba ajudando a criar um sentimento de pertença e entendimento maior ainda, não significando, no entanto que os outros leitores se sentirão excluídos...não mesmo! Capivara e Antero são escurecidos em seus diálogos e fazem parecer que você está caminhando com eles por toda a jornada. Além disso, conta a história segundo a perspectiva de negros escravizados, seus desejos, a resiliência em alguns momentos e a força de luta em outros, suas histórias e a ancestralidade que carregavam consigo e jamais foi quebrada, seus guardiões e o respeito pela natureza, que sempre regeu esse povo.
André Diniz escreveu e ilustrou a história que eu carrego comigo com carinho sem igual e que é o primeiro nome de indicação quando me perguntam sobre livros. É apropriado para qualquer idade, desde os que acompanham através das figuras até os que gostam de ler num dia chuvoso qualquer. Independente de cor, credo e idade, Quilombo Orum Aiê é de carregar nas mãos e no coração.

Ficha:
Quilombo Orum Aiê
André Diniz
Editora Galera Records

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

O Acervo Indica: Edição especial Temas Difíceis

Há questões delicadas que são difíceis de serem conversadas, como perdas, mudanças, adoecimento e luto. É pensando nesses desafios e na dificuldade de começarmos uma conversa, que trouxemos alguns livros que podem nos ajudar para mediar esses assuntos.
Preparem-se para muitas emoções:

Harvey como me tornei invisível - Hervé Bouchard e Janice Nadeau

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Este é um livro diferente, as ilustrações de Janice casam com o texto delicado de Hervé, acompanhamos nosso protagonista e seu irmão em um dia de primavera, ele já nos avisa que foi numa dessas primaveras que ele perdeu seu pai e se tornou invisível. Harvey tenta preparar o leitor, mas, sabemos que assim como não há como nos prepararmos para a morte repentina de uma pessoa amada, para nós leitores não é possível nos tornamos prepararmos para vivermos juntos este momento com Harvey.

É um livro delicado e sensível que vai abrir portas para muitas conversas, é imperdível! Mas, prepare a caixinha de lenço.

Ficha Técnica
Título: Harvey - Como me tornei invisível
Autor: Hervé Bouchard
Tradutor: Luciano Riveira Machado
Ilustradora: Janice Nadeau
Editora: Pulo do Gato 
Ano de Edição: 2013

A vida na porta da geladeira - Alice Kuipers



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Assim, como Harvey, A vida na porta da geladeira abre caminho para conversarmos sobre o luto. Outra coisa em comum é o formato a estrutura do livro, que não segue o formato tradicional de prosa. A história se desenrola através dos bilhetes que mãe e filha trocam, vamos aos poucos inferindo detalhes que vão ficando implícitos ao longo dos curtos bilhetes e conhecendo mais de nossas personagens. É um livro muito interessante e preparamos alguns pontos de conversa: como divórcio, jornada de trabalho dos pais, relação mãe e filha, vida escolar, câncer e luto.

É um livro que nos surpreende pela sua simplicidade e nos emociona sobre sua profundidade. É cativante!

Ficha Técnica
Título: A vida na porta da geladeira
Autor: Alice Kuipers
Tradução: Rodrigo Neves
Editora:  Martins Fontes
Ano: 2009


O livro de todas as coisas - Guus Kuijer
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O primeiro capítulo do livro começa com um homem encontrando Guus Kuijer (o autor) e encomendando um livro de sua infância, que não foi feliz. Eles dizem que não é um livro para se ler tomando uma xícara de chocolate quente diante de uma lareira. Eu discordo, é um bom livro para se compartilhar com alguém querido na rede da varanda. Não ache que se trata de um livro superficial, porque é antítese disso. Em O livro de todas as coisas, você acompanha o desenvolvimento de um menino, que usa a criatividade e a fantasia para lidar com o seu contexto familiar e social conflituosos.

Há muita sensibilidade de Guus para falar sobre como a incoerência entre um discurso moral e violência doméstica. É maravilhoso e surpreendente!

Ficha Técnica
Título: O livro de todas as coisas
Autor: Guss Kuijer
Tradutora: Mirella Martino
Editora: Martins Fontes
Ano: 2011

DESEJAMOS UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA VOCÊS!
E vocês, leitores? Já usaram algum livro para explicar algo delicado para as crianças?
Compartilhem conosco suas experiências corajosas! ^^


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O Acervo Indica: 8a Edição

Olá Pessoal!
Mais um “Acervo Indica” na área para mandar umas indicações super iradas pra animar a sua, a minha, a nossa TV...não, nossa semana!
Cadê - Graça Lima

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Um menino e sua mamãe brincando de pique esconde, mas como encontrar uma criança tão criativa que se esconde atrás de um urso polar (que na verdade é a geladeira) e de um rinoceronte que é o sofá e outros bichos que a imaginação do menino permite. A criatividade infantil é trabalhada, além da visibilidade da criança negra em um personagem literário.

Ficha:
Cadê?
Autora: Graça Lima
Editora Nova Fronteira

Feita de Pano - Valéria Belém

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Uma menina vai costurando uma colcha de retalho, junto vai se costurando, a cada novo acontecimento. Com uma leitura ritmada, sonoramente gostosa, a gente pode trabalhar palavras novas, a arte e a importância da costura ao longo dos séculos, o uso da colcha e como a vida e seus acontecimentos tendem a uma grande colcha de retalhos. Com uma ilustração seguindo o estilo de cordel, é um resgate da cultura nordestina.

Ficha:
Feita de pano
Autora: Valeria Belém
Editora Companhia Nacional


Não existe dor gostosa - Ricardo Azevedo

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Pequenos poemas sobre doenças que as pessoas tem ao longo da vida. Falando sobre como o doente fica pra baixo e desanimado, explicando o porque as pessoas ficam doentes. As doenças são sumarizadas e é possível trabalhar uma doença ou mais por contação.

“Frieira, alergia, dor  cabeça, asma, bronquite e outras ites, catapora, resfriado, galo, dor de garganta, dor de barriga e até pum - quem nunca teve uma dessas chateações? Não existe dor gostosa, diz Ricardo Azevedo, mas existe um jeito de encarar as doenças, dores e fricotes do corpo com alto-astral e bom humor. Nestes poemas, o autor busca mostrar o lado divertido dos males que de vez em quando atacam a gente. E mostra que, no final das contas, a poesia é um santo remédio, sem contra indicações nem efeitos colaterais”.

Ficha:
Não existe dor gostosa
Autor: Ricardo Azevedo
Ilustradora: Mariana Massarani
Editora Companhia das letrinhas.

E por hoje é só, pessoal.
Espero que tenham gostado das indicações de hoje.
Até a semana que vem!
Beijos mediadores,

Nagy.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

O Acervo Indica: 7a Edição

Oi pessoal,
Todo mundo bem? Preparados pra mais um “Acervo indica”? Os livros de hoje falam sobre a amizade, o amor entre amigos e todas as alegrias e dificuldades de uma amizade. <3
Vamos as indicações?

Meu amigo Jim - Kitty Crowther

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Dois pássaros diferentes, uma amizade que começou delicadamente por serem de mundos diferentes. Mas essa amizade causa desconforto em outros pássaros e Jim e Jack buscam encontrar uma solução.

“A sexualidade, a discriminação, o valor da amizade, a resistência em não abandonar aquilo em que se acredita e, de quebra, a importância do hábito da leitura, são apenas alguns dos temas tocados…”

Meu amigo Jim é um livro com lindas ilustrações, mas com uma história mais linda ainda.

Ficha:
Meu amigo Jim
Autora: Kitty Crowther
Editoria Cosac Naify

Vizinho, Vizinha - Graça Lima, Mariana Massarani e Roger Mello

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Quantos de nós vivemos em apartamentos hoje? Quantos não tem, com frequência, um diálogo longo com as pessoas da nossa casa? E os vizinhos, nem sabemos o nome direito? Vizinho, Vizinha é um livro sobre as pessoas que moram na casa ao lado. Como elas são? O que elas fazem? Será que são interessantes?

Você já se pegou pensando em como é o seu vizinho? E se ele for uma pessoa legal e você está perdendo uma oportunidade incrível de conhecer alguém? Quem sabe, assim como nesse livro, você não tem uma grata e amorosa surpresa? Muitas perguntas para um livro só, né?!

Ficha:
Vizinho, Vizinha
Autor: Roger Mello
Ilustradoras: Graça Lima, Mariana Massarani
Editora Companhia das Letrinhas

Você e eu - Maggie Maino
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“Você e eu, sempre juntos,
sempre prontos.
Uma amizade que nos transforma
e nos torna… espetaculares”

A amizade entre uma mulher e seu gato, vivendo diversas aventuras e emoções com muito amor e cuidado entre eles. As ilustrações são delicadas, lindas e leves e o livro, curtinho, mas isso não torna ele menos interessante por isso. Muito amor em cada página.

Ficha:
Você e eu
Autora: Maggie Maino
Editora Livros da Matriz

Trudi e Kiki - Eva Furnari

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Duas garotas parecidas fisicamente, mas diferentes na essência: uma é bruxa e a outra, não! Seus caminhos se cruzam durante uma festa de dia das bruxas e são trocadas, sem querer, pelas mães e se veem em uma nova casa e em uma nova vida! Elas precisam enfrentar as dificuldades que surgem com o desconhecido e acabam se divertindo muito em outros momentos. E tamanha confusão desenvolve um relacionamento afetivo lindo, tornando as meninas e suas famílias (grandes) amigas.
O livro permite trabalhar o novo, o desconhecido, mas também a importância da família. Conhecer novas pessoas pode ser bom e uma nova cultura também. As ilustrações são uma graça, toda divertida.

Ficha:
Trudi e Kiki
Autora: Eva Furnari
Editora Moderna

Gostaram das indicações de hoje? Que tal compartilhar com um amigo pra mostrar que se lembrou dele hoje? Semana que vem tem mais indicação, aguardamos vocês!
Beijos Mediadores,
Nagy.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Ler... Reflexões sobre leitura dialógica


Nossa mediadora Rogéria compartilhou com a gente suas reflexões com a gente sobre a leitura dialógica. Uma coisa é certa, impossível não sair mudada desse encontro. Se junte aqui com a gente nesta roda!



O que significa essa pequena palavra? Seria decifrar? Descobrir? Eu fui buscar essa resposta nas crianças. Para isso, me tornei uma mediadora. Sim! Mediadora no “Livros Abertos: Aqui Todos Contam!” E descobri além de pessoas super comprometidas e dedicadas a leitura dialógica, crianças lindas de um 1º Ano do Ensino Fundamental, que também amam essa palavra: LER. Descobri que “ler” vai além do dicionário e que essa expressão envolve fantasia, alegria, imaginação e significados que cada um pode dar para a história. E o mais importante foi que não existe apenas uma ideia ou um final, você pode elaborar o seu conto a partir daquilo que se lê ou ouve. Melhor ainda! Criar um novo fim! Que tal?

            As pessoas podem observar essas palavras e pensar que isso não é novidade, mas óbvio! E eu digo que não é bem assim. Muitas pessoas deixam de ler após serem obrigadas a manter esse comportamento em casa e na escola para passar de ano, para fazer a redação, para servir de exemplo para outros colegas e até para ser exibido em família. Mas encontrei na Leitura Dialógica um modo de leitura compartilhada, que como o próprio nome diz, “todos contam”. Não existe pare, preste atenção porque do contrário não conseguirá fazer a atividade. Mas ouça, conte comigo, o que você acha disso? Ah! Que legal você já passou por isso? Sério! Que legal! Conte mais... Existe diálogo enquanto se lê.


Que máximo! É possível dialogar e se inserir no mundo literário a partir do seu entendimento e da sua história de vida. Por que não? Sendo assim, liberdade, diálogo e  muita leitura para todos.






segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

O Acervo Indica: 6a Edição

Ah, a juventude e seus desafios! É para nos a questão de achar um livro provocante para os leitores de mais idade. Hoje, fizemos uma seleção de livros do nosso acervo em que há um encontro entre o mundo dos adultos e o mundo dos jovens, trazem temas para crianças mais maduras,
Todas as três indicações são livros misteriosos que vão instigar nossos jovens leitores, o que muito provavelmente não vão querer largar tão cedo!

Trash - Andy Mulligan
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O livro começa com meninos órfãos que trabalham e moram no lixão de Behala achando uma maleta, onde há uma quantia surpreendente de dinheiro e um código misterioso. A história vai crescendo e nos deparamos com assassinato, crianças desaparecidas, perseguição, corrupção e tramoias políticas. Uma das coisas interessantes para os leitores e se confrontarem com as diferenças e semelhanças entre a cultura e o contexto social indiano e o brasileiro!

Uma de nossas mediadoras teve uma experiência maravilhosa mediando este livro para crianças de 10 e 11 anos, confira a postagem!
http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2015/09/trash-uma-experiencia-de-mediacao.html

Ficha Técnica
Título: Trash
Autor: Andy Mulligan

Tradutor: Antônio Xerxenesky
Editora: Cosac Naify
Ano de Publicação: 2013


Slam - Nick Hornby
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Sam tem 16 anos, curte skate, artes e vive sua adolescência típica de um jovem inglês. Acompanhamos ele se apaixonar, descobrir a sexualidade e opa... A paternidade! E agora? Como lidar com o papel de pai tão cedo? Como lidar com o sentimento de repetir a história de seus pais (que o tiveram com 16 anos!)?

Slam é um livro envolvente, escrito como um diário, entramos no mundo interno de Sam, somos recebidos com seus sonhos, confrontados com seus medos e aconselhados por seu pôster do Tony Hawk.

... Não conhece Tony Hawk?! Não deixe Sam saber disso e leia logo Slam para descobrir!

Ficha Técnica
Título: Slam
Autor: Nick Hornby
Tradutor: Paulo Reis
Editora: Rocco
Ano: 2008

O livro do cemitério - Neil Gaiman


http://images.livrariasaraiva.com.br/imagemnet/imagem.aspx/?pro_id=2884344&qld=90&l=430&a=-1
O protagonista desse livro é Nin, um apelido carinhoso de Ninguém, um jovem que perdeu seus pais quando ainda era criança e foi criando por um casal de fantasmas no cemitério. Um clássico típico de Neil Gaiman! Há momentos de tirar o fôlego, o que pode haver naquele túmulo misterioso? Nin conseguirá fazer amizade com uma pessoa viva depois de anos cercado pelos fantasmas dos mortos?

Isso vocês só vão saber se lerem!

Ficha Técnica
Título: O Livro do Cemitério
Autor: Neil Gaiman
Ilustrador: Dave McKean
Editora: Rocco
Ano: 2010

E então, vão experimentar?
Contem para a gente como foi! =)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Nossa revista digital: Viagem Literária

Este ano teremos um especial de férias.
Em nossa revista continaremos com nossa postagem semanal com um tema muito especial! Viagem Literária!

Nossa programação já está montada!
Confira nosso itinerário:



















Prepare sua mala e venha com a gente <3



Confira nossa primeira parada é hoje! Às 19h
http://www.revistalivrosabertos.org/single-post/2016/12/01/Intensiva-Viagem-Liter%C3%A1ria

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Trabalhando teatro com as crianças


Sabemos que crianças adoram se divertir, inventar e imitar. Mas seriam perceptíveis os benefícios do teatro para o público infantil? O teatro contribui no desenvolvimento e formação de caráter, estimula a memória, a atenção e concentração, combate a timidez, desperta a coordenação motora, estimula o conhecimento literário, motiva a brincar com a fantasia, entre outros aspectos.

Com isso, Núria Roca apresenta o livro Teatro, que permite ao mediador de leitura auxiliar as crianças no processo de desenvolvimento cultural:



Ir ao teatro: a história começa com crianças assistindo a uma encenação em um teatro.

Sobe a cortina: ao fim da peça, conhecem os bastidores e o fantástico mundo por detrás das cortinas.


Vamos fazer máscaras de... : nesta sessão, incentiva- se que criança interprete sentimentos com caretas e máscaras.
Dica: prepare máscaras e leve para que a criança utilize-a enquanto representa com falas. Exemplo: peça que utilizem uma máscara e relatem uma vivência como “fico feliz quando...” “fico entristecido (a) quando...”.

Imaginar com o corpo: nesta sessão, as crianças são estimuladas a gesticular e representar com o corpo, fazendo imaginações e imitações.
Dica: anote em vários papeizinhos diversas coisas a se imitar. Embrulhe os papeis e deixe que cada criança escolha um. Por vez, cada uma representa e pede os outros para a imitarem.


Ruídos: aqui, a criança utilizará sua voz ou recursos físicos para criar sons.
Dica: leve instrumentos criativos ou crie com eles, como bater um pau no outro, amassar papel, chacoalhar arroz, bater palmas, respirar de forma ofegante, sons com a boca...





Pessoas e personagens: nesta parte, as crianças poderão representar personagens existentes ou criar o seu.
Dica: peça que cada um imite alguém como um familiar, personagem de desenho/ filme, etc. e depois peça que criem um super heroi ou algo assim.




O baú das surpresas: aqui, o intuito é estimular a criatividade com figurinos.
Dica: leve enfeites, tecidos, retalhos, cintos, chapéus e fitas; e deixe que cada um (uma) crie sua fantasia.




E a maquiagem? O intuito é introduzir a maquiagem artística.
Dicas: leve sombras, batons, tintas para rosto e estimule a pintura de rosto. Divida em duplas e peça que cada colega maquie o (a) outro (a), ou leve espelhos e peça que cada um se maquie.




Era uma vez... : após escolherem a fantasia, personagem e  maquiagem, falta bolar a história.
Dica: deixe que as crianças criem uma história, e você mediador (a), poderá intermediar, auxiliando no desenvolvimento da história.



Bolar um cenário: agora só resta o cenário para que comece o espetáculo.
Dica: leve objetos que tenham algo relacionado à história criada. Peça que as crianças procurem coisas que possam ser usadas, como mochila, cadeira, blusa de frio, etc. Por fim, usem a criatividade.


O teatro de sombras: o teatro de sombras pode se tornar uma brincadeira divertida.
Dica: procure um lençol claro, ou TNT branco, amarre suas extremidades de forma que fique esticado e largo, e apague a luz da frente, mas deixe uma lanterna ligada atrás do lençol. Peça que cada criança imite algo e os outros terão de adivinhar, e assim, quem adivinhar será o próximo a imitar.



Bonecos bem animados: mostre às crianças o quanto o Teatro é diversificado. Introduza o teatro de fantoches.
Dica: leve papel cartão colorido, tesoura, fita adesiva, lápis e palitos de picolé para que criem fantoches.




É bem mais difícil e Vamos brincar de circo: e para finalizar, apresente o circo, que não é teatro, mas é primo dele (haha).
Dica: estimule malabarismo, procure e ensine mágica a eles, peça que dancem, que andem na linha do chão como equilibristas e etc.

Bem, então é isso! Este magnífico livro é bem abrangente e diversificado. Ele também possibilita que o (a) mediador (a) trabalhe o livro em diversas contações; quer seja dois temas por dia, quer seja um só ou até mesmo mais. Espero ter ajudado!

Escrito por: Monique Evelyn Pimentel Zanela




Ficha técnica:
Título: Teatro
Autora: Núria Roca
Tradução: Irami B. Silva
Ilustração: Rosa M. Curto
Edição: Escala Educacional, São Paulo, 2006.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

O Acervo Indica: Edição Especial Dia da Consciência Negra 2

Continuando a postagem anterior sobre o dia da consciência negra, mais indicações interessantes sobre o tema. O que vocês acharam das indicações da semana passada? Estão empolgados para os novos livros? =) Chega para vocês mais uma postagem cheia de carinho!

Joãozinho e Maria - Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho e Walter Lara

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Vocês já conhecem a história de João e Maria? As crianças que são abandonadas numa floresta e que acabam seguindo migalhas de pão, achando uma casa cheia de doces e conhecendo uma bruxa que não é muito legal. Mas, a história do Joãozinho e Maria, que se passa na Serra da Mantiqueira, no Brasil, tem algumas diferenças regionais que são muito legais, começando pelo fato de serem duas lindas crianças negras. Visibilidade no conto dos irmãos Grimm é sempre uma boa representatividade.

Ficha:
Joãozinho e Maria
Autores: Cristina Agostinho e Ronaldo Simões Coelho
Ilustrador: Walter Lara
Editora Mazza

Quilombo Orun Aiê - André Diniz



Um livro emocionante. Quando eu comecei a ler, não pensei que ficaria tão marcada pela história. Em forma de quadrinhos, conhecemos Capivara, um garoto que sonha em chegar ao quilombo Orun Aiê, para reencontrar seu pai e deixar para trás e no passado todos os dias de escravidão. É um daqueles livros que a gente guarda no coração. Ele é mais voltado para as crianças mais velhas, mas nada que uma boa adaptada não permita que os mais novinhos entendam.

Ficha:
Quilombo Orun Aiê
Autor: André Diniz
Editora Galera Record


A semente que veio da África - Heloisa Pires Lima, Georges Gneka, Mários Lemos e Véronique Tadjo

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Baóba ou Embondeiro é o tema deste livro.

“E por que uma árvore como tema? Porque não se trata de uma árvore qualquer. Ela é uma e, ao mesmo tempo, muitas, pois existe em toda a África, recebendo nomes diferentes de país para país.”
Colher histórias e contos sobre o Baobá e brincar com jogos inventados com suas sementes é a proposta de A semente que veio da África, estreitando o abraço entre nossos dois continentes.

Ficha:
A semente que veio da África
Autora: Heloisa Pires Lima, Georges Gneka, Mário Lemos
Ilustradora: Veronique Radjo
Editora Salamandra


As cores da escravidão - Ieda de Oliveira e Rogério Borges

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“Uma história sobre inocência roubada, sonhos invadidos, infância escravizada. Mas também sobre esperança, amizade e amor.”

Sensível é a melhor palavra para descrever este livro. Conhecemos Tonho, um garoto inocente que cria, a sua maneira, um refúgio contra a escravidão que vive. O momento em que ele começa a se dar conta da sua realidade é um dos momentos mais dolorosos - não só do livro. Mas, por mais que pareça o fim, Tonho encontra formas de sobreviver e viver, acolhido por pessoas e lugares.
Um livro para os maiores, As cores da escravidão é um desses livros para se ler e pensar.

Ficha:
As cores da escravidão
Autora : Ieda de Oliveira
Ilustrador: Rogério Borges
Editora Champagnat

A última indicação veio de uma de nossas mediadoras, não temos ele no acervo, mas vale a pena conhecer! Vamos ver o que Rogéria nos disse sobre ele?

A cor da vida - Semíramis Paterno
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Esse é um daqueles livros maravilhosos que a imaginação pode fluir e você criar a sua história. Sabe por quê? Ele é compostos apenas de ilustrações, é um picture book! O livro mostra uma mãe negra de cabelos negros com sua filha e outra mãe branca loira, com seu filho (espie a imagem que colocamos aqui em cima). As crianças se cruzam durante um passeio com suas mães e resolvem brincar juntas sem que suas mães percebam. Aí a confusão está feita! As mães se desentendem e o final monstra que o desespero foi em vão.

Uma história linda de amizade. Negra ou branco? Morena ou loiro? Não importa, é a cor da vida! Leia e crie a sua história. Vale a pena!

Ficha técnica:
A cor da vida
Autora: Semíramis Paterno
Editora Executiva

Também vale a pena dar uma olhada no livro Um menino chamado Negrinho que a gente já falou aqui no blog. Assim como o livro fantástico O mundo no black power de Tayó. Para ler, clique aqui. >> https://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2016/10/o-acervo-indica.html
>> http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2016/05/o-mundo-no-black-power-de-tayo-um-livro.html

E hoje encerramos nosso acervo indica temático sobre o Dia da Conscientização Negra. Foi muito especial para nós escrever essas postagens, tanto como mulher negra quanto pelo interesse do assunto.  E que não só neste mês hoje nós possamos refletir para quem e visando o que fazemos nossas seleções de livros e leituras e quem devemos atingir, já que, como multiplicadores de idéias, devemos estar atentos às possibilidades que temos nas mãos, e, nesse caso, no acervo pensando nas crianças que dialogamos através da contação.

Beijos mediadores,

Nagy e Vitoria.