quarta-feira, 28 de maio de 2014

Coisas que a gente nunca esquece...


Gente, demorei um pouco a postar, porque sempre acho que as postagens precisam ser super inovadoras e legais e eu acabo não gostando das coisas que penso em postar. Mas hoje eu tive uma experiência super legal que eu gostaria de compartilhar com vocês.

Há umas 3 semanas eu levei um livro que não prendia nem um pouco a atenção das crianças, achei que seria muito legal pelas figuras, mas a forma como ela era escrita era em forma de teatro, o que me dificultou na contação e também na interpretação e engajamento das crianças. Resolvi então brincar com elas, já que todas se mostravam muito dispersas. Achei o momento de “recreação” muito válido, porque adquiri um vínculo maior com elas e as conheci em um outro momento que não seja o da contação.

Porém, a partir desse dia, toda vez que eu chego nas quartas-feiras a primeira coisa que elas perguntam é se vamos brincar. Eu tento dar uma despistada, e falo que a história que eu levei é muito melhor do que brincar e ninguém vai querer deixar de ouvi-la pra brincar. Mas acaba que no final, não sei se pela minha falta de experiência ou pela escolha errada dos livros, a maioria pede pra brincar.

Hoje, quando eu cheguei, não foi diferente. A primeira pergunta era se íamos brincar. Disse que a atividade que eu tinha levado era diferente e muito mais legal. E para o meu espanto, todas adoraram e ninguém quis brincar. Eu levei umas histórias só com figuras e depois de conta-las e instigar as crianças a contarem suas versões de cada imagem relacionada com a experiência de vida de cada uma, pedi para que todas desenhassem a capa das histórias. E o resultado foi maravilhoso, muitos pediram pra  desenhar outras coisas e eu não pude limitá-los, aliás eu odiava quando na escola era pedido pra fazer uma redação de como foram as férias e eu não podia escrever sobre outra coisa que não fosse isso. Então me senti na obrigação de não obriga-las a desenhar sobre a história. E surgiram cartinhas para mim, vários desenhos que formavam uma história ajustada à que foi contada, me desenharam, fizeram desenhos totalmente diferente das histórias e poucas, mas não menos importante, capas das histórias (o que eu realmente havia pedido).

Como diz o mediador Tom, que foi citado pela mediadora Camila, sai de lá com o “coração quentinho”! 



Lara Letícia

domingo, 25 de maio de 2014

Para que serve um livro? Chlóe Legeay

      Afinal, para que serve um livro? É esse o questionamento que nos coloca Choé Legeay. Um livro não serve somente para entreter, mas é também um esconderijo de tranquilidade e um amigo quando os demais  te aborrecem. É uma fonte de para os problemas cotidianos, além de nos acompanhar em diversos lugares. Por exemplo, quem munca leu um jornal ou uma revista no banheiro? Em cada leitura, é possível habitar diversos ambientes e realizar viajens fantásticas sem ao menos sair do lugar. Por fim, Legeay faz uma pergunta instigante: que tal você fazer um livro?

    As crianças com as quais li este livro me contaram que muitas já tiveram oportunidade de criar seus próprios livros. Quando perguntei para um deles o que o motivou a escrever o seu livro, ele falou que adorava borboletas, logo, escreveu um livro sobre elas. E você, já escreveu seu livro?

Para que serve um livro?
texto: Chloé Legeay
ilustrações: Chloé Legeay
tradução: Márcia Leite

Ingrid Matos  

sábado, 24 de maio de 2014

Voz e Corpo na Mediação de Leitura

Pouco se diz sobre a voz e o corpo quando se fala em mediação de leitura. Parece tudo muito simples: sentar-se com as crianças e ler a história. Mas não é tão simples assim. Tanto do ponto de vista da saúde, quanto do ponto de vista da arte, precisamos nos conscientizar de numerosos aspectos de nosso corpo e do nosso ambiente ao redor. Não pensamos muito sobre isso, talvez pelo fato de a leitura estar associada ao texto impresso. Mas a leitura compartilhada é uma performance, que pede uma reflexão intensa sobre postura, voz, entonação, escuta. E a Parte 1 da Oficina Som e(m) Cena nos trouxe muitos elementos para pensar mais sobre isso.
A importãncia da consciência corporal no trabalho do mediador de leitura

Em nosso primeiro encontro, focamos bastante na questão dos sons, tanto os que produzimos, quanto os que nos rodeiam. Afinal, nosso trabalho se faz com o corpo, com a voz. Tivemos a oportunidade de vivenciar a importância de resgatar a escuta atenta e a consciência corporal, Como me sento? Faço aquecimento corporal e vocal? Há muita poluição sonora ao redor? Preciso gritar para me fazer ouvir? Como estou me sentido? A ansiedade, a pressa, a pressão para atender a todas as crianças para agradar, tudo isso pode atrapalhar e até arruinar o que era para ser um encontro prazeroso, se não tivermos consciência de como trabalhar esses aspectos.
Que sons você mais ama?



Para ganhar maior consciência disso tudo, fizemos uma viagem de resgate dos sons que nos rodeia e pudemos nos questionar: O quanto você realmente ouve o que está ao seu redor? Dentro de você? Que sons são característicos do lugar onde nasceu? Do lugar onde vive?
Se você fosse contar a história de sua vida em sons, que sons estariam presentes?
Por outro lado, você tem consciência dos sons que mascaram, que ferem, que incomodam? 


Também tivemos a oportunidade de praticar vários exercícios vários exercícios de relaxamento, alongamento e aquecimento de voz.
Mediador de leitura também trabalha com o corpo todo!
A
Emoções, corpo e voz são fundamentais na preparação do mediador.


Além de aprender muito, nos divertimos a valer. As expressões nos rostos dos mediadores ao fim da oficina não nos deixam mentir! 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

O som e a escuta na mediação de leitura



Sons e(em) Cena: Mediadores  do Livros Abertos participarão de oficina para aprimorar a escuta e a produção sonora.


Qual é a qualidade de sua escuta? Como se dá a produção do som no contexto da leitura em voz alta?
Os mediadores do Projeto Livros Abertos, dando continuidade ao se processo contínuo de formação, terão a oportunidade de participar, nos dias 22 e 29 de maio, da oficina "Sons e(em) Cena", oferecida pela Professora de Artes Cênicas Suelem Soares Jobim, que irá ocorrer como parte  das ações que envolvem o lançamento do livro “Sons e(m) Cena”, do professor doutor César Lignelli, artista e docente do Departamento de Artes Cênicas da Universidade de Brasília (UnB) e dos Programas de Pós-Graduação em Artes (PPG-Arte-UnB) e Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPG-CEN-UnB). A publicação, assim como a oficina oferecida,  têm como objetivo disponibilizar a atores, licenciados e professores um aprimoramento da escuta e da produção sonora, de forma acessível e multiperspectivada.

Agracecemos imensamente essa oportunidade maravilhosa de aprendizado multidisciplinar!
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terça-feira, 13 de maio de 2014

Sorrisos

Bom gente, eu sou mediadora nova, entrei no projeto esse semestre porque achei linda a ideia de passar esse gosto pela leitura para crianças.
Tenho tido certas dificuldades de repensar as coisas como criança, tenho que confessar... Percebi que com o tempo e com as circunstâncias as quais somos submetidos, com o que vão nos ensinando que é tão importante (estudar, ouvir o que o professor tem a dizer, absorver informações, passar no vestibular, etc.) fui perdendo um pouco a graça. Fui perdendo criatividade, capacidade de imaginar coisas novas, de aceitar que uma imagem pode fazer várias histórias. Me alegra saber que tive oportunidade de entrar em um projeto que me permite tentar fazer essas qualidades não sumirem em outros.
Hoje fui pra mais um dia de contação, levei um livro com imagens e pedi a eles que me contassem a história. Tem dias que fico um pouco frustrada, pois ainda não sei como lidar direito com o "contar uma história de um jeito diferente" e muitas vezes não consigo prender tanto as crianças, não consigo fazê-las se divertir como eu queria. Mas hoje foi um dos dias que a gente sai satisfeito, como diz o meu amigo Tom, companheiro de contação, a gente sai "com o coração quentinho!". Ver eles contando a história, participando, brincando e voltando pra ouvir o que o colega está falando é muito gratificante e a melhor parte pra mim é ver eles se divertindo, rindo, se surpreendendo com a história e hoje eu recebi um pouquinho desses sorrisos que deixam a gente com vontade de voltar. E são por esses sorrisos que eu tenho vontade de passar um pouquinho da história, do gosto pela leitura ou qualquer outra coisa boa pra eles!

Camila Borges

quinta-feira, 8 de maio de 2014

O Novato

Queridos amigos,

Quero compartilhar com vocês meus primeiros contatos com a turminha do 5º ano B da 415 Norte, sexta-feira à tarde. Confesso ter ficado um pouco ansioso no começo. Queria que gostassem da minha abordagem e assim pudéssemos nos conhecer melhor. Apresentei-me a eles e pedi para que cada um também se apresentasse. Quis criar um clima de descontração. Não levei nenhuma leitura; pedi para que eles escolhessem algo na biblioteca. Fizemos um sorteio, e o livro escolhido foi O Diário de um Banana. Foi uma leitura muito divertida! Alguns já haviam lido algum dos livros da série ou visto o filme e então pudemos discutir sobre os personagens e as situações engraçadas descritas no Diário.

No último encontro iniciamos uma aventura pela Amazônia, com a história de dois meninos índios, Apiraí e Kaó, em A Batalha da Cachoeira do Cipó, de Vera Duval, com ilustrações de Catarina Bessell. Esses dois amigos se juntarão aos animais para proteger a floresta contra os madeireiros. Para esse encontro, resolvi, também, levar argila e propus a eles que fizessem um personagem de nossa história, ou se quisessem iríamos confeccionar vasos e/ou panelas à maneira indígena: foi o que escolheram! Fiquei encantado com os trabalhos de cada um! Para além da proposta inicial, foi gratificante ver como alguns extrapolaram, fazendo com que novas formas nascessem dos vasos. Um dos alunos, Pablo, criou uma textura do lado externo do vaso, pois o achou parecido com o Estádio Mané Garrincha. Ele fez até os jogadores!


Estou muito feliz em participar do projeto! Faço Licenciatura em Artes Visuais, e acredito que esse contato com o lúdico e com as crianças será uma rica experiência na minha formação. Agradeço à nossa professora Eileen pela oportunidade de fazer parte do projeto e também à minha companheira de contação, Andressa, que tanto tem me ajudado!

Por Sille Maciel

domingo, 4 de maio de 2014

Como não acreditar?
Estava eu em meio as minhas leituras de livros do best-seller, que sempre adorei e receio adorar até o fim, bom, estava eu lendo minhas coleções intermináveis de livros de vampiros, anjos, demônios, mais vampiros e mais anjos... Até que em certo momento comecei a pensar se toda aquela imaginação na verdade não poderia ser real, mas claro que todo adulto de respeito, mesmo aqueles que ainda gostam de livros infanto-juvenis, chega à conclusão que isso é apenas confusão mental, ou estresse do dia-a-dia como os adultos adoram falar.
Enfim, em meio a tantos pensamentos fui me preparar para mais uma contação, que essa semana foi regada a “Estela, fada da Floresta” com ursos, coelhos e porco-espinho.  Comecei a ler, ainda em casa.
Comecei...
Estela! Chamou Marcos. – Estela! Onde você está?
Aqui – sussurrou Estela.
Onde? – perguntou Marcos. – não posso ver você!
Isso é porque estou praticando para ficar invisível!
Bom, após ler isso pensei, será que as crianças vão gostar dessa história?  É tão fantasiosa.
Continuei...
Agora estou vendo você! – exclamou Marcos.  Como você fez isso?
Pensei em coisas invisíveis – respondeu Estela , como o vento ou a música...
Após terminar o livro disse para mim mesma que era sim uma boa escolha, embora fosse fantasiosa.
Fui...
Ao começar a ler, as crianças começaram a contar sobre as fadas que já tinham visto, fecharam os olhos e ficaram invisíveis, contaram histórias com ursos, com arco-íris, fada do dente, tartarugas gigantes...
Ao terminar a contação, que foi bem legal, voltei para a casa pensando em tudo que tinha acontecido.
Fiquei sorrindo me lembrando de todas as crianças contando sobre coisas que não existem e me lembrei dos meus amados livros e da minha arte.
Gente, logo eu, artista de formação e coração, defensora da importância da imaginação, leio livros de coisas que não existem, questionando crianças sobre o que é real ou não?!
Onde ficou minha imaginação dessa vez?
Gente, como não acreditar em vampiros, anjos e fadas se nas histórias eles são tão reais?
Como e por que não acreditar se eles são tão divertidos e legais?
Desse dia em diante os livros ficaram ainda mais doces.
Viva a imaginação e a fantasia e viva as crianças que ainda não perderam essa doce capacidade!!!  

Voltei...

– Vamos procurar as fadas – explicou Estela. –E se virmos uma, poderemos fazer um pedido.

– Estou vendo uma! – exclamou Marcos.

– Onde? Onde? – Perguntou Estela.
– Tarde demais! Já sumiu – Respondeu Marcos.
– Tá bom – conformou-se Estela. – O que você pediu?
– Que eu queria ficar aqui para sempre! – Exclamou Marcos.
– Eu também – Concordou Estela.
E terminei...
Kayla Maihery.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Distribuir palavras e felicidades

Todos querem fazer uma diferença no mundo. E muitos querem fazer uma diferença que fique marcada para sempre.

Venho pensando sobre uma das muitas formas lindas de fazer isso: deixar palavras registradas por aí – sobre pedras, sobre papel, sobre telas de computador.

Antônio Araújo Jr.

Em vez de ler o que outros já deixaram por aí e ficar marcados por isso, podemos ler o que outros já deixaram e fazer novos registros de vida – sim, eu também estou vivo! Espalhar nossos floquinhos de felicidade pelo mundo (muitas vezes, nem sabemos até onde eles podem voar!).

Vi um passarinho neném muito pequenino e muito precioso. Me contou sobre todas as viagens que planejava fazer e sobre todos os mundos que estava indo conhecer.
Era a possibilidade em asas.

Às vezes ficamos acanhados de mostrar nossos floquinhos de felicidade aos outros – talvez sejam floquinhos meio feios, daqueles sobre os quais nem detemos nossos olhos por mais de um segundo. Mas talvez sejam floquinhos tão singulares e tão especiais para outra pessoa, que se chega a falar “Oh!, eu não tinha reparado nesse daí”.

Tento distribuir os meus por aí.

Vou juntando todos os pedacinhos de coragem que for encontrando por aí – debaixo de pedras, de amores e de nuvens – e guardando-os nos meus bolsos.
(Aí pego uns punhados dessa essência de coração de leão e tento deixá-los pelo mundo com minhas asas de passarinho.)


Thomaz Offrede

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Carta aos amigos

Brasília, 01 de maio de 2014


Caros Mediadores:



Um ano se completa desde o meu primeiro post nesse blog, um ano e meio se passaram desde que eu me reuni pela primeira vez com a professora Eileen e os mediadores, contando com a Jéssica que levou a Andressa e consequentemente me levou, que logo depois saiu do projeto deixando a gente “sem amigos” sem conhecer ninguém e sem ter ideia do que fazer ou aonde enfiar a cara.

Conquistei a amizade dos meus amigos mediadores, nutri uma admiração profunda pela professora coordenadora do projeto, Sim é você mesmo Eileen =*, e tenho me esforçado para ser um bom mediador e um bom colega.
Parte dos mediadores deixou o projeto, deixando uma saudadezinha no coração, com seu comportamento implicante, outros mais sensíveis e alguns outros mais críticos e engraçados. Esse “espaço” foi preenchido com novos mediadores, novas cabeças, novas ideias, e tem sido muito bom.

Antes, eu só tinha a visão do lado de cá, do novato, do aprendiz, de que eu não sabia o que estava fazendo e tinha que improvisar tudo do meu jeito, e o medo de não estar seguindo a proposta do projeto era constante e se um dia a Eileen soubesse disso eu ia ser excomungado do projeto por ser um farsante. Imagina a humilhação...
Agora parece que sou eu quem é o experiente da turma, que esta a mais tempo do que a maioria, que já conhece os paranauê da contação e por isso não passa por problemas como falta de atenção dos meninos, agitação deles, falta de interessa no livro, etc.

Só queria dizer que isso ai é maior fantasia. Mesmo hoje eu fico ansioso de ir pra contação e de qual vai ser o humor que as crianças vão estar, que existem dias bons e ruins em toda a vida do mediador e que a gente sempre acaba cometendo um errinho aqui e ali seja por falta de experiência ou porque a criança falou que você era um viadão com voz anasalada de travesti.

Novos mediadores do projeto, não se preocupem, o que vocês passam eu já passei e continuo na labuta, é assim mesmo. A gente só tem que continuar trabalhando e crer que haverá frutos desse trabalho maiores do que a gente imagina, frutos que a gente vai ver e resultados que e a gente não vai, no final o que vale é se divertir e ter certeza de que na próxima vez você pode fazer melhor.



“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim...” Filipenses 3:13



Atenciosamente

BoscoJoao :D