sábado, 29 de junho de 2013

Você tem medo de quê?

Diário do Contador por Mariana Lima


Hoje é a minha primeira postagem no blog. Acabei de me juntar ao projeto e cada semana é uma experiência nova. E foi assim que eu resolvi estrear no blog: falando da minha primeira (e por enquanto única) experiência como contadora.

 Confesso mesmo que estava nervosa, preocupada de não conseguir me relacionar bem com as crianças, delas não se interessarem pela história, de passar uma primeira impressão ruim. Mesmo dividindo a turma com o Nativo e contando junto com ele a história, ainda assim cheguei à escola morrendo de medo. E, coincidentemente, levamos uma história sobre medo para ler, um livro que eu tinha em casa chamado Quem Tem Medo de Escuro? de Fanny Joly.
Depois de me apresentar para a turma, a professora separou grupos de três alunos e começamos a ler. Sentamos em roda, eu lá com um livro na mão como se soubesse de alguma coisa e três crianças muito bonitinhas me olhando, e eu com medo delas não gostarem, de todas pedirem pra voltar para a sala, de saírem correndo. Comecei perguntando quem tem medo de escuro, mostrando a primeira figura; depois, comecei a ler.
E aí assim, de repente, o medo e o nervosismo que eu tinha passaram. Estar lendo, pensando na história de várias maneiras diferentes (porque cada criança pensa de um jeito, e falaram coisas que eu não tinha chegado a pensar antes) e principalmente ver as crianças se interessando e fazendo perguntas foi muito gratificante. E perguntando quem tem medo de escuro e porque, eu me toquei que o medo de escuro nada mais é do que medo daquilo que não se pode ver; do desconhecido. E não era isso o que eu tinha? Medo de uma situação em que eu nunca tinha estado antes?
Enquanto o livro explicava para eles porque não precisamos ter medo de escuro, eu fui relaxando e vendo que a situação que me preocupou tanto era na verdade muito divertida. Vendo que eu não precisava ter medo de começar a contar também. Agora eu não penso mais em quantas coisas podem dar errado, mas em como foi legal ver as partes que deram certo, as crianças se interessando pela história, etc. E já não fico mais nervosa ao pensar em ir contar histórias para eles. Na verdade, estava ansiosa para a Copa das Confederações acabar logo e as turmas da tarde voltarem a ter aulas normais nas quartas-feiras. Já estou pensando em um livro que eles vão gostar. Um com lobisomens e bruxas, como eles pediram. Com heróis que não tem medo de nada.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A leitura como uma desculpa... - Por Isabella Brandão

  Estava lendo o post mais recente do Gabriel no nosso blog e ele falou sobre utilizar a leitura como uma desculpa. Ele dizia assim Uma forma de encarar a leitura, é como uma desculpa, uma desculpa para se pensar as coisas por novas perspectivas, uma desculpa para ter conversas sobre os mais variados assuntos com pessoas diferentes através de algo despertado pelo livro, uma desculpa para que a curiosidade e a criatividade possam se manifestar". Relacionei logo ao que tenho feito ultimamente. Diante da rotina diária e do pouco tempo que consigo passar em casa, o livro serviu como uma desculpa para compartilhar bons momentos com a minha irmã mais nova, Ana Luiza, de 11 anos.
Ao consultar o acervo do Projeto, encontrei um livro chamado "Coração de Tinta", da autora Cornelia Funke, o qual comecei a folhear e que me prendeu logo de cara. Bom, peguei o livro emprestado e levei pra casa. Em um dia do final de semana, fui ao quarto da minha irmã enquanto ela estava fazendo uma tarefa da escola e sugeri: "Achei esse livro legal lá no projeto e pensei em ler com você. Bom, vou começar a ler aqui em voz alta e se você se interessar a gente continua". Ela disse que tudo bem, meio desinteressada e continuou o que estava fazendo. Comecei a leitura e dali uns poucos minutos estava ela deitada ao meu lado super interessada na história. Oba! Ela tinha gostado da ideia!
  A partir desse dia, sempre que estamos juntas a gente volta à leitura, eu começo, quando canso ela continua e vamos descobrindo aos poucos a história. Não é uma leitura dialógica pois eu ainda não li o livro, mas é uma leitura compartilhada e o mais legal é pensar que na nossa imaginação estamos compartilhando um cenário, esperamos ansiosas pelos acontecimentos, conversamos sobre a história, nos questionamos sobre o que pode vir adiante... enfim. O livro tem sido uma ótima desculpa para termos um bom momento juntas e pra ela largar um pouquinho o tal do tablet... rs. Já combinamos também que ao terminar, vamos assistir ao filme que foi feito baseado no livro. :)
  A leitura não deve jamais se restringir ao espaço da escola, mas ela deve ser vista sempre como uma boa oportunidade, seja de passar um pouquinho o tempo em uma fila de espera, seja para iniciar uma boa conversa, pra aprender coisas novas ou mesmo pra viajar um pouco!

 Que tal começar a sua?


Isabella Brandão

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Leitura Dialógica - Meus Primeiros Passos

     Faz pouco tempo que estou no projeto Livros Abertos e vejo nele uma oportunidade de estar sempre lendo alguma coisa e de levar pras crianças esse amor que eu tenho pela leitura.
     Nesse mundo caótico e cheio de novas tecnologias se torna difícil se interessar pela leitura quando temos tantas outras coisas que são aparentemente mais interessantes, mas tento mostrar para as crianças que ler também é legal e deve fazer parte da rotina deles.
     Minha primeira contação dialógica foi um desafio, manter aquelas crianças agitadas concentradas no que você quer dizer é um trabalho difícil, mas depois que você pega o jeito aos poucos as coisas vão ficando mais fáceis. Melhorar a sua forma de leitura dialógica não tem fim, existe sempre um jeito melhor!  
     Ler para as crianças é aprender com elas, é como numa entrevista em que o roteiro existe, e é importante, mas tudo pode mudar de acordo com o entrevistado. Não as subestimo, e é muito bacana essa troca, frequentemente eles me trazem coisas novas que eu não havia percebido ou pensado... Lembro de minha época de escola quando me falavam que eu era muito pequena para entender isto ou aquilo, porém sempre achei que quando bem explicado tudo é possível de ser compreendido, estou sempre me surpreendendo.Vem sendo um ótimo aprendizado. Atualmente acordo todas as manhãs de quarta-feira e penso: É hoje o dia da contação!



Bárbara Oliveira J

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Crianças e seu histórico

A linguagem
na ponta da língua,
tão fácil de falar
e de entender
A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.


                                                                      Carlos Drummond de Andrade


Comecei minha contação de história há dois meses. No primeiro dia achei bem tranquilo, pois estava praticamente como assistente: fui junto com outra contadora e pegamos o mesmo grupo. Na segunda vez estava sozinha com um grupo de 4 crianças, e tinha de tudo quanto é tipo de gente: um menino muito tímido, que ficava com as bochechas vermelhas quando eu perguntava algo a ele; uns outros cheios de energia, que não ficavam parados um minuto; umas meninas que não queriam que eu lesse, só elas e a grande maioria querendo contar sobre a sua vida. A questão deles estarem frequentemente falando sobre coisas do seu cotidiano, chama muito a minha atenção, porque isso não pode esfalecer. Tenho medo de aliená-los com minha leitura, igual novela - onde o seu dia-a-dia não importa, e sim, se o personagem tal vai conseguir ou fazer tal coisa. Ainda bem que é uma contação dialógica! Isso já dá mais espaço para inseri-los na história, levá-los ao questionamento sobre si e seu meio, porém, sinto uma grande dificuldade em fazer essas ligações. Ainda estamos nos conhecendo e no decorrer do tempo vou ouvindo experiências dos outros contadores e pensando em formas de fazer relações entre as coisas que as crianças me falam e as histórias que levo. Também não é um grande problema, não estou pensando em formar filósofas reflexivas com a minha leitura, mas acho importante me atentar ao que elas querem saber, antes de tudo, para não "desmatar o amazonas de sua ignorância".



Natália Honorato

domingo, 16 de junho de 2013

Para quem não gosta de ler.

Às vezes penso o que seria da vida sem livros? Pode até ser comparada com a música. A arte em si nos dá uma válvula de escape da realidade e, isso aparece muitas vezes essencial para encararmos a própria vida real. Falo por mim quando estranhamente me sinto com fome de livros, e eu posso estar sozinha e triste, mas com um livro me sinto como se estivesse com um amigo. É um sentimento bom. Na música o jogo de palavras se junta em um ritmo e melodias que podem nos levar a estados de êxtase ou nostalgia. O livro da mesma forma, porém, quem faz a melodia e os tons somos nós mesmos, daí porque um livro pode trazer diferentes sensações em diferentes pessoas e em diferentes momentos. Quem aqui já leu e depois releu um livro e percebeu este de modo diferente? 

Sinceramente não consigo imaginar um mundo sem a literatura. Além da literatura, como coloca Nietzsche: “a arte existe para que a realidade não nos destrua” ela também nós ajuda a crescer, nos possibilita desenvolver habilidades tal qual é o objetivo do projeto e está explicitado na imagem abaixo:
 
Pois bem, se meu primeiro argumento não tiver funcionado para alguns, que pelo menos se lembre das vantagens de ler pelo menos 15 minutos.
 
Isadora Salviano.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Como leitora, tornei-me contadora

Opto hoje por falar da minha experiência como leitora e o quanto isso tem direcionado meu olhar como contadora. Desde pequena gostei de histórias e mais especificamente desenvolvi muito cedo minha paixão por livros, sempre os pedia de aniversário ou Natal. Algumas das histórias me marcaram muito como “O coelhinho das orelhas caídas”. Além disso, sempre tive uma dificuldade muito grande de me desfazer dos meus livros. Raramente tinha apego por bonecas ou roupas, mas os meus livros... minha mãe tinha uma dificuldade enorme de doá-los.
Quando criança minha mãe não tinha problemas comigo ao fazer compras no shopping, por exemplo. Era só me deixar em uma livraria que eu podia passar horas a fio vasculhando todas as obras infantis, ainda que fosse sair de lá sem nenhuma.
Pelos professores e familiares sempre fui considerada como concentrada naquilo que eu fazia e conseguia me dedicar muito à leitura e à escrita. Hoje, como contadora de histórias, fico me perguntando se é extremamente necessária essa concentração para se dedicar a uma leitura instigante. Falo isso porque tenho visto com frequência alguns professores acusando crianças de não prestarem atenção por serem extremamente agitadas e não conseguirem ouvir. Por outro lado vejo que na contação, mesmo as crianças que levantam, correm pelo pátio , rodam, pulam e brincam, voltam para a roda de história e fazem uma pergunta extremamente coerente e que se encaixa no contexto da história.
Penso que algumas variáveis podem estar envolvidas nesse não- engajamento da criança em algumas leituras, como uma história não envolvente, a presença de muitas crianças na sala de aula, um contexto onde é prezada a contação pura e simples da história, sem o envolvimento do que a criança traz da sua vida ou sem o espaço para sua imaginação; e além disso a falta de consideração pelos diferentes interesses dos alunos.
Como contadora e leitora gosto muito do livro como instrumento, mas acredito que ele, como instrumento, pode ser extrapolado, especialmente quando se trabalha com criança. Eu, por exemplo, enquanto leitora, não consigo ler sem parar um livro. Preciso, muitas vezes, dar uma pausa, correlacionar o que li com a minha vida, imaginar o que se passará no próximo parágrafo. Acho que em muitos momentos e para muitas pessoas isso faz parte de uma boa leitura.

Por esse motivo, acho que quando estamos na posição de contadores, nós devemos pensar no momento em que somos leitores, a fim de não usar mecanismos que façam da leitura algo monótono e cansativo, aquilo que não nos interessaria de forma alguma. Por que então usaríamos essas estratégias na contação para e com as crianças? Acredito, portanto, que antes da minha experiência acadêmica, a minha história como leitora me fornece insumos para uma contação, especialmente a dialógica, que envolva as crianças na leitura e permita que eu esteja mais atenta às demandas que elas trazem para a hora da história.

Nathália Oliveira 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Diário do contador: Gabriel
O início desse ano.

Primeiro post dedicado as minhas experiências de mediação de leitura neste ano. Esse é o primeiro ano em que estarei com uma turma desde o começo, mas desde o fim do semestre passado dedicava meu tempo a esse projeto e às crianças da escola que vamos. Naquele ano tinha dado continuidade à turma do 5º ano que iria ficar sem ninguém pois a Maria que era integrante do projeto não iria mais poder continuar com a gente. Assim, cheguei lá e para a minha surpresa as coisas deram mais certas do que o esperado.  As mediações de leitura foram evoluindo bem e eu pude aprender e gostar cada vez mais do projeto e das crianças da turma.
O ano acabou e aquelas crianças se formaram naquela escola, pois lá o último ano é o 5º ano, então, todas deixaram a escola. Lembro delas, guardo boas lembranças, sei que elas levam boas lembranças e espero que o prazer pela leitura esteja sempre presente nas suas vidas e que proporcione experiências incríveis.
Uma forma de encarar a leitura, é como uma desculpa, uma desculpa para se pensar as coisas por novas perspectivas, uma desculpa para ter conversas sobre os mais variados assuntos com pessoas diferentes através de algo despertado pelo livro, uma desculpa para que a curiosidade e a criatividade possam se manifestar.
Nesse ano as atividades começaram em abril. Escolhi de novo a turma do 5º ano, eles tem em torno de 10 anos.
Na primeira semana de abril fui conhecer a turma, a professora que já conhecia e é uma apoiadora do projeto me recebeu muito bem. Algumas das crianças se lembravam de mim por me terem visto uma vez enquanto eu acompanhava a minha amiga Raíssa no ano passado quando ela me apresentou o projeto.
Me apresentei para a turma e comecei a conversar com eles, todos já conheciam o projeto e me receberam com sorrisos nos rostos, disse então que na próxima semana eu iria começar a leitura com eles. Pedi que me ajudassem com a escolha do livro. Perguntei se prefeririam que eu lesse uma estória curta a cada semana ou um livro grande ao longo do ano. Optaram por um grande livro! Além disso pedi que me ajudassem com o tipo do livro que queriam. Em uníssono me responderam: suspense! Eu adoro suspense e havia um bom tempo que queria ler algum livro do detetive mais conhecido do mundo: Sherlock Holmes! Lancei a idéia e eles gostaram.  Me despedi com um: até semana que vem classe!

Encontrei um livro de Sherlock Holmes na biblioteca da universidade, escolhi pegar aquele que foi o primeiro livro em que apareceu Sherlock Holmes: “Um mistério em vermelho”. Descobri que é um dos livros mais lidos do mundo! Comecei a ler o livro, para os que não sabem, na mediação de leitura a preparação para a contação é essencial e faz muita diferença, então sempre leio a estória antes, durante essa leitura é importante atentar-se para as próprias reações. A leitura desse livro é difícil, o vocabulário é rebuscado, depois que eu fui pensar, que os livros da biblioteca da universidade são voltados para o público universitário e a mediação a princípio seria com livros infantis. Além disso o conteúdo também é delicado, logo no começo li algo sobre a desconfiança de Watson em relação ao consumo de narcóticos por Holmes. Parei a leitura ali. Seria melhor escolher outro livro? Na quinta-feira haveria reunião com o pessoal do projeto talvez lá eu conseguisse ajuda com a escolha do livro.

Eu quero ler o que eu quiser ler!

Quando entramos na universidade, parece que nada deve ser mais importante e merecedor de nossa atenção, que os conteúdos científicos (cheios de teorias, frutos de longas pesquisas e mil vezes testados para que assim tenham sua credibilidade aceita) das enormes apostilas de textos acadêmicos, que teimam em ocupar o lugar do universo lúdico e ficcional de nossas mochilas, na qual tinha lugar garantido, em outras fases de nossas vidas, principalmente na infância e adolescência.


Sim, sim, mas esse tipo de literatura é importantíssimo e indispensável para a formação de nossos futuros profissionais, não temos que perder tempo com ficção. Pelo ao menos é assim que somos levadas/os a nos portar, mesmo que sem querer, pois somos empurradas/os pela enxurrada de fichamentos, provas, seminários, congressos e outros deveres acadêmicos, que não nos sombra muito tempo para sair por ai lendo o que bem entendermos.  

Pior que nem é preciso ser universitário para desprezar ou esquecer aquilo que nos divertia por longas horas e que poderia muito bem provocar o mesmo efeito hoje em dia, mesmo sendo “gente grande” e cheia/o de coisas mais importantes para fazer, bastasse ter uma chance. 

Muito bem, esta postagem é para declarar minha paixão por literatura infantil e ficção, e posso garantir que não estou sozinha. Dá pra perceber no rabo de olho das pessoas (tem uns que ficam encarando mesmo), quando, no metrô ou no ônibus lotados de pessoas indo ou voltando do trabalho ou mesmo das/os minhas/meus colegas universitárias/os (que intimamente devem se perguntar: como ela pôde???), saco da minha mochila (cheia daquelas apostilas), um "Livro de fadas prensadas de Lady Cottington" (Tery Jones), ou "O homem da Chuva"  (Gianni Rodari) ou “O rei maluco e a rainha mais ainda” de Fernanda Lopes de Almeida ou qualquer outro que esteja fora da "lista de leitura obrigatória, útil e necessária",  e fico lendo e rindo sozinha, felizmente no Livros Abertos estou sempre em contato com este universo que não abro mão e o transporte público acaba sendo um dos lugares para experimentar as histórias que depois serão compartilhadas com a turminha do 2º período da E.C 415 Norte. Pois é, as vezes dá vontade de fazer uma rodada de leitura compartilhada no meio do "coletivo" e destravar todas essas pessoas, será que daria certo? 
Texto de Raíssa Dourado

domingo, 9 de junho de 2013

O coração bate Mais Rápido....





O coração bate mais rápido, você sente um suor escorrendo pela testa, todos os nervos estão tencionados, um tremor percorre pela sua espinha, o seu corpo se contorce de espasmos no qual você não tem domínio nenhum e um misto de emoções jorram pelo seu cérebro  e não existe nada que você possa fazer a respeito.

Todos esses sintomas são típicos de um esporte radical ou mesmo uma doença, mas não aqui, pois acreditem ou não eu já experimentei todas essas emoções em uma pacata atividade. A leitura. Mas isso não vem de graça.

Existem diversos tipos de leitura, e tão vasto quanto os tipos de livros são vastos as pessoas que se interessam por eles. Auto ajuda, Quadrinhos,  Infanto Juvenil, Romances, etc.  e não é o objetivo deste que vos escreve dizer se um gênero é melhor do que eu outro, mas eu os encorajo a buscar aqueles que você gosta.

Ler os livros que você se identifica, e não ler qualquer coisa, pois a vida necessita de critérios e quando você aprende a usa-los na leitura, aquela livraria toda se torna em uma seção e essa seção um livro apenas e toda a sua busca valeu a pena quando você descobre que o livro esta falando a sua língua.

Leitura é algo pessoal e bastante íntimo, diferente de todas as outras, pois é única. Nenhum vídeo game ou realidade virtual pode superar a capacidade imaginativa. Não por que jogos e filmes  não são capazes de nos  transmitir imagens, mas é que a imaginação é uma percepção pessoal e a realidade que construímos na nossa mente depois de uma leitura é única, por isso diferenciada. Então nenhum filme por mais bem feito, e nenhum jogo por mais “high definition”  conseguira transmitir a emoção que um livro é capaz por que é a visão e percepção de outra pessoa.

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Então fica ai o desafio, achar um livro que você se conecte com ele e com a estória dele, leia-o e me diga se eu estou errado quanto ao primeiro paragrafo. ;)

BoscoJoao

sábado, 8 de junho de 2013

Diário do Contador por Ana Carolina Maia

    Na última contação, fui inspirada para fazer um convite à maior participação das crianças na história. Tínhamos discutido na reunião diversas formas de envolvê-las na hora da leitura e senti que precisava de um impulso para que as crianças percebessem como poderia ser interessante se envolverem mais naquele momento.
    
    Escolhi uma história que me agradou muito, e acho que isso também conta para que façamos uma contação mais agradável e divertida. Tinha viajado para a praia no feriado e ainda estava etereamente envolvida com elementos marítimos, de forma que escolhi o livro intitulado de O menino que queria abraçar as baleias. O título já me preenche de vários aspectos fantásticos: imagine só! Abraçar uma baleia! Que coisa maravilhosa que deve ser!    Dessa forma, peguei algumas conchinhas que tinha trazido da viagem e coloquei-as cuidadosamente envolvidas em um tecido dentro de um baú pequenino todo decorado. Esse simples elemento, conseguiu causar uma animação sem tamanho nas crianças. Ao tirar o baú da mochila, todas se aquietaram e abriram os olhos curiosos para ver o que tinha ali dentro. Eu dei umas dicas para que a surpresa de dentro do baú não se revelasse tão rapidamente.  Ao saberem que se tratava de conchas, elas vibraram! Cada um escolheu a que mais lhe agradava sem conflito algum, afinal cada concha tinha algo de especial. Eles agradeceram muito, com abraços e olhos brilhantes. Uma menina colocou a concha no ouvido e se pôs a escutar de olhos fechados o som e me perguntou: -Tia, esse é o mesmo som que está se passando agora no mar? E eu respondi: é sim! Será que o mar está dentro da concha ou dentro de você? E ela respondeu com um  sorriso.    Em seguida, iniciei a contar a história, mas não como usualmente costumava contar. Falei que nessa viagem que fiz, tinha encontrado um moço chamado João, que me contou a sua história. Quando criança, ele tinha um sonho: ele queria abraçar as baleias. E mais, ele havia me dado as conchinhas, pois gostava muito de catar conchas pela praia e acabou me presenteando com algumas.                               Foi o suficiente para muitas bocas se abrirem surpresas ao verem o livro com a história de João e para acompanharem atenciosamente a história, parando alguns momentos apenas para me perguntar: - Tia, ele existe de verdade?    O menino da história, também ensinou muito sobre os cetáceos marinhos para as crianças. Inclusive a  descoberta de que as baleias eram mamíferos, como nós humanos, causou muitas expressões surpresas.    Foi uma experiência incrível que nunca antes havia vivenciado nesse ano de contação de histórias. A sensibilidade que um simples elemento conseguiu trazer às crianças foi surpreendente.
Para quem gostou do livro, o título é: O menino que queria abraçar as baleias, escrito por Fernando A. Pires e ilustrado por Isabel S. Pires, da editora brasiliense.