sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Diário do Contador: Lucas Barros



Daniel Pennac nos mostra a LIBERDADE da ação de ler, ou seja, as mais diversas possibilidades que temos de começar a ler algo. Independente de começar a ler da página 1 até ... ou de ler apenas a última frase do livro. O incrível é que temos também o direito de NÃO LER  ou de LER NÃO IMPORTA O QUÊ. Enfim, creio que seja de suma importância transmitirmos esses direitos às crianças durante a leitura compartilhada.
O direito nº 6 é, na minha opinião, o mais incrível. O direito ao bovarismo (doença textualmente transmissível). E você, qual direito mais gostou?

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Dica de Leitura: Isadora Salviano



Adriana Falcão, autora de A Máquina, é a mesma que escreve Luna Clara e Apolo Onze. Daí, quem já leu, pode tirar uma noção do que encontrar nesse livro de história, à princípio infantil, mas que qualquer adulto que se atreva a ler irá encontrar semelhanças com a vida, com o que dizem ser real.  Pois sim, essa história cheia de trocadilhos inteligentes, personagens divertidos com nomes divertidos, se passa basicamente em dois lugares: Desatino do Sul e Desatino do Norte.
Que lugares são esses? 
Apenas uns dos lugares que Adriana irá nos encaminhar até onde nossa imaginação nos levar.

Quando li eu devia ter entre 10 e 12 anos, emprestado, e me encantei e identifiquei de um jeito que ao reler uns 9 ou 7 anos depois, ainda me parecia inédito.

A leitura é extremamente leve, pode-se dizer “macia”, cheia de metáforas o que faz que crianças possam acompanhar e se aproximar do enredo inteiramente poético e bem elaborado e, que trás palavras novas fazendo com que as crianças pensem enquanto lêem, pois não é um enredo simples.  
Luna Clara não conheceu seu pai, antes de seu nascimento um desencontro fez com que seu pai e sua mãe se perdessem, e Luna ainda espera por sua chegada. Apolo Onze é o filho de Apolo Dez, e tudo que ele quer é achar o que querer.



Resumidamente, é uma Aventura cheia de Imprevistos e Poracasos, que fala de encontros e desencontros, que nos fará, assim que acaba o livro, pensar e repensar sobre escolhas, destino, sorte e coincidências, agora e Doravante. Caso não entenda o motivo das palavras em itálico, pergunte a Seu Erudito, ela vai lhe explicar as coisas...

domingo, 25 de novembro de 2012

Diário do contador: Yohana Torres

Olá pessoal que acompanha o blog, gostaria de começar este post pedindo desculpa pela nossa ausência durante o mês de outubro e novembro. Desculpa!!!

Sobre delicadeza e respeito

Quando entrei para este projeto eu não tinha noção de como seria importante a minha participação na vida de outras pessoas. Muito menos que eu viria a aprender sobre a própria vida com as crianças para quem eu conto as histórias. Cada história contada é uma nova viagem, pois as crianças tem suas próprias maneiras de entender as histórias e relacioná-las com sua vida. E é exatamente isso que torna este projeto mais empolgante (pelo menos é o que eu sinto). 
Entre histórias com textos e outras com desenhos apenas, escolhi levar um livro que se chama A cama da mamãe de Joi Carlin e Morella Fuenmayor. É uma história interessante e que as crianças iam curtir cada página tanto pelos desenhos como pelas palavras, pois é fácil de se identificarem como as crianças da história. 
Fiz como de costume, cheguei na sala de aula dividi os grupos de quatro crianças e fomos a biblioteca para começar a contação. Quando cheguei ao quinto e último grupo fiz como com os outros, apresentei o livro e logo comecei a contar, mas o que eu não esperava era ouvir de uma das crianças que ela não tinha mais mãe. A surpresa foi tão inesperada que por alguns instantes eu imediatamente desarmei minha postura de alguém que estava ali pronta para uma história divertida e passei a ouvir toda a história daquela pequena criança. 
O que eu fiz e pensei neste momento? Absolutamente nada! Não estava preparada para ouvir uma história tão triste de uma menina de 5 anos de idade. Resolvi então deixar que ela decidisse se queria continuar ouvindo a história ou se preferia voltar para a sala, mas ela decididamente disse que podia continuar. Quando eu disse 'decididamente' é porque foi exatamente assim que ela se colocou na situação. Parecia que ela estava querendo me acalmar. 
Ela continuou falando sobre sua vida ter mudado depois disso. Disse que ainda havia um irmão e o pai, mas que outras pessoas da família estavam sempre por perto para cuidar dela. Como uma criança pode expressar tanta maturidade e firmeza diante de um acontecimento imprevisto que mudou a vida dela por completo? Eu continuo sem saber, mas depois de ouvi-la, entendi que ela estava bem apesar de tudo. Terminei de contar a história e então voltamos para a sala. 
Dentro de um assunto tão delicado eu me senti a priori sem poder agir, mas logo me ofereci para ouvir e dar apoio naquele instante à ela. É um assunto para refletir, no mínimo, e procurar ter respeito sobre a vontade de quem te conta algo tão íntimo. 
De repente eu virei  a ouvinte e ela que contou a história naquele dia.