terça-feira, 28 de novembro de 2017

Um (querido e especial) diário do contador


            O fantástico da vida é saber que você sempre pode se surpreender. E fui surpreendida muitas vezes nesses 8 meses que estou como mediadora no Projeto de Extensão Livros Abertos, da Universidade de Brasília. Quando comecei a ler e ouvir falar sobre o projeto, fiquei encantada. Leitora voraz, não é de se espantar que a ideia de ler para crianças me inspirasse tanto. E não deveria ser nada de outro mundo, afinal, ler livros de crianças para crianças? Nada de novo no front, correto? Errado.
            A vida tem daqueles momentos em que estar errado é completamente deslumbrante. Minha experiência no Livros Abertos é repleta desses momentos. Isso porque me permite pensar em três questões: o tipo de leitura, a importância das ilustrações nos livros e o público-alvo das publicações.
Minha experiência prévia em leitura me ensinou que ler é simples. Você só precisa acompanhar o que está escrito no livro, dar umas entonaçõezinhas diferenciadas para cada personagem e a fórmula está completa. Mas o projeto me apresentou um outro tipo de leitura, a dialógica. Eu poderia falar aqui sobre esse tipo de leitura, seus fundamentos e estratégias, mas não é o meu foco neste momento, embora acredite que algumas coisas devam ser ditas.
A leitura dialógica é um novo fôlego nesse nosso modelo educacional extremamente falho. Permite que a criança saia dessa posição cristalizada de quem não tem nada a oferecer no processo de ensino-aprendizagem. Possibilita momentos de liberdade, criatividade, aprendizagem e autonomia. E isso tudo é extremamente necessário neste nosso mundo conturbado e quadradinho.
Sobre as ilustrações... Ahhh, as ilustrações (insira aqui um olhar apaixonado, que é exatamente como me sinto hoje com relação as ilustrações) têm todo um atrativo à parte. Desde criança eu sempre achei que elas fossem inúteis, puramente uma distração. Quanto menos imagem, melhor eu achava que o livro era... Afinal, bom mesmo é livro de adulto. Com o Livros Abertos eu descobri que as ilustrações podem contar muito mais do que as palavras escritas nas páginas de um livro. Podem dar novos significados a essas palavras, aos eventos, aos personagens. Há todo um universo a ser descoberto nas imagens (o Vira-Lata, de Stephen King, é um claro exemplo sobre a importância das ilustrações para uma história).

(Vira-lata, Stephen Michael King)

Por fim (embora seja, na verdade, o começo de novas possibilidades), acho importante falar sobre a ideia clássica de que literatura infanto-juvenil se trata apenas de livros de crianças. Aprendi com o Livros Abertos (e continuo aprendendo) que os limites de um livro são infinitos. Há uns 2 meses a mediadora Ana Paula me fez um convite inusitado e acabei aceitando. Começamos, então, a fazer mediações de leitura com turmas do Ensino de Jovens e Adultos. Um público adulto e idoso em processo de alfabetização.
Começamos um tanto quanto receosas. E os adultos e idosos também, afinal, leitura de “livros de crianças” para adultos não parecia ser útil. Passei por momentos iniciais de dúvidas achando que talvez os livros escolhidos para mediação fossem infantis demais para aquele público. E a vida me trouxe uma nova surpresa. As pessoas realmente estavam participando, estavam trazendo suas histórias de vida para a roda de leitura. Estavam nos mostrando que aqueles que se dispõem a ensinar também têm muito a aprender.
O conteúdo riquíssimo que cada contação produzia, a receptividade do público quando começaram a entender a proposta, o engajamento... Tudo nos mostrava como a literatura infanto-juvenil é indicada para todas as idades. E então pensamos: "Até onde vai nossa coragem em desbravar a mediação de leitura com outros públicos?". E assim chegamos numa turma de surdos. E foi uma das experiências mais incríveis que eu já tive oportunidade de vivenciar (e que pode ser vista no instagram do projeto, @livros.abertos). Fizemos a mediação com a tradução da professora de libras e percebemos que a leitura não tem limites e que a gente sempre pode aprender com as experiências dos outros.
As contribuições da leitura dialógica PARA PESSOAS DE TODAS AS IDADES estão lá: claras, gritantes. Basta apenas se permitir conhecer novas possibilidades. Proporcionar espaço nos quais as pessoas possam trocar conhecimentos e experiências... Permitir que seja possível não apenas ler uma história, mas ampliá-la, vivenciá-la. E vocês? Já redescobriram um livro hoje?


 (Os livros são conversações, ilustração de José Rosero, 2013)

Escrito por: Raphaella Christine

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Cultivando nosso jardim

Um lugar confortável, um cheiro de nostalgia...

Nossas relações com nossos avós nem sempre são esse mar de rosas... brigas, olhares atravessados... Hoje venho compartilhar uma doce contação que tive com as crianças este mês.

O livro chama-se Vovô Verde, escrito e ilustrado por Lane Smith. O livro narra de maneira muito bonita a vida do bisavó de nosso pequeno narrador, na verdade, é o jardim que narra esta história através das árvores podadas. Assim, descobrimos que este vovô nasceu há muito tempo "antes dos computadores, dos celulares e até da televisão", pegou catapora aos 5, morou numa fazenda... deu seu primeiro beijo no ensino fundamental.

Além de muito afetivo, este livro de Lane é lindamente ilustrado, chama os leitores a investigar as páginas e cada detalhe.

Lane Smith nos convida a revisitar as histórias de nossas próprias famílias, o que as crianças sabem sobre seus bisavôs e bisavós? E o que conhecem sobre seus avós? Recheada de afeto, conversamos sobre a escolha de nossos nomes, como nossos pais se conheceram e contos e causos que só as gerações que vieram antes de nós sabem contar.

Esta é uma obra muito interessante para resgatar o passado de nossas famílias, reavivar os afetos e laços e conversar sobre o processo de envelhecimento... "Ele [o vovô] sempre se lembrava de tudo. Agora está muito velhinho e às vezes se esquece das coisas, como seu chapéu preferido. Mas as coisas mais importantes, o jardim lembra por ele".

Diante dessa bela provocação eu perguntei o que as crianças colocariam em seu jardim de memórias... E olha que belos jardins pudemos contemplar!

Witória não foi a única a declarar amor a sua família!

 O jardim de Gabi teria que ser beeeeem grande para caber todas as árvores que podaria para as pessoas que ama!

O Jardim de Malu seria grande para caber todas suas amigas!


Para seu jardim, Giovana cultiva memórias, frutos e flores <3




Bruno disse que nunca vai esquecer aquela goleada de Barça, que ele viu na Espanha!
3x0! "Não é, brinquedo não!"
No jardim de Gael, há um cantinho especial para seu super-herói favorito.

No de Emilly, sua igreja. 



Maria Eduarda deixa em seu jardim um presente especial, de uma pessoa muito especial. 

O jardim de Pedro ainda estava em construção, sabe como é, reformando e podando uma réplica da casa de sua avó, um lugar de memórias, doces e brincadeiras.

Antes de encerrar essa matéria queria colocar aqui uma homenagem, uma flor que tenho no meu jardim. Enquanto escrevia o relato recebi a mensagem da professora Nailda dizendo que ela estava em processo de aposentadoria. Ela desde sempre foi parceira de nosso projeto, e há mais de um ano e meio vínhamos trabalhado lado-a-lado. Pelas aventuras, doce memórias e livros que compartilhamos, cultivo essa flor em meu jardim.





quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Homenagem às gerações passadas

Nós sentimos um misto de tristeza e alegria quando um mediador se forma e parte em busca de novas aventuras... Hoje, com lágrimas nos olhos mas com o coração tranquilo, homenageamos os ex-mediadores e todas aquelas pessoas especiais que fizeram parte de nossa história!

Desde 2011, histórias foram tecidas e se somaram ao Livros Abertos, cada trama, cada nó, cada erro e acerto veio somando ao longo dos anos e criando uma equipe que não pára de crescer.



Aos nossos antigos mediadores, nosso agradecimento amoroso... pelas maravilhosas contações, inspiradoras experiências. Ao longo de um semestre - e em muitos casos muuuitos semestres - tivemos a oportunidade de conhecê-los e compartilhar sua percepção única sobre o mundo e sobre as relações escolares.




Somos gratos as amizades que ficaram...




Somos gratos pelos livros que foram indicados por vocês e hoje moram em nossas estantes e em nossas memórias.

Somos gratos pelos segredos que compartilhamos nos bastidores de nossas contações... aqueles que ficaram guardados a sete chaves... mas agradecemos também àqueles que eles foram compartilhado entre risos e lágrimas.


Mas por que passar tanta saudade? Fomos atrás de alguns dos mediadores que já saíram do projeto para matar as saudades! Será que eles se lembram de nós?


Amor e agradecimento foi o que recebemos de Raquel Freire
"O Livros Abertos foi incrivelmente especial! O difícil é que eu queria dizer isso de um jeito que pudesse de fato mostrar toda a gratidão que tenho pelo projeto, e quando digo projeto quero dizer tudo dele! Os grandes amigos que fiz, a Eileen maravilhosa, as crianças, as contações, os professores, as oficinas, as experiências, os livros...é um projeto que amo e que fez toda a diferença na minha graduação (afinal fiquei lá desde o terceiro semestre e me formei em 6 anos hahahah) e na vida  De minhas lembranças, as que tive no livros abertos estão na minha memória e no coração com um carinho imenso! Meus olhos até enchem de lágrimas (felizes) ao recordar delas! Bem é isso, sem muito floreios mas com muito amor."

Pedimos para Raquel compartilhar uma experiência de contação que foi marcante e olha só o que lembramos...
" uma contação que me veio agora e foi inesquecível foi quando as crianças estavam pedindo histórias de terror e eu não estava mais achando livros e decidi escrever uma para elas...não foi uma grande história, mas compartilhar com elas esse momento, a surpresa e alegria delas, também a possibilidade de criar foi algo incrível. Essa foi especial e mais concreta, mas toda contação trazia isso, um espaço para compartilhar uma história que por mais que já fosse conhecida se tornava única naquele momento".


A possibilidade de criar com liberdade foi lembrada também por Joao Bosco, ao falar sobre uma contação que fez história...
''Uma experiência marcante na contação foi quando eu trouxe um livro chamado “Aventuras na Serra do Mar” que era um livro sobre 4 garotos que fazem uma trilha de aventura pela serra encarando desafios da floresta. Eu mostrei para os alunos as aventuras que eu já tinha passado por fazer parte do Clube de Desbravadores, no qual o livro era inspirado. Falávamos de acampamento, de escalada, eu levei uma barraca de acampamento e a gente fazia as contações dentro dela, tudo para trazer os estudantes mais perto do que as personagens no livro passaram. Foi certamente uma das contações mais movimentadas que tivemos."

O projeto de extensão Livros Abertos também marcou muito a vida acadêmica de muitos mediadores, construindo novos sentidos e novas perspectivas, este foi o caso de Joao Bosco, vamos conferir como foi para ele entrar no projeto?
"O Projeto Livros Abertos surgiu para mim no fim do ano de 2014. Na época, eu era aluno do UnB Idiomas e fazia meu segundo semestre de francês. Não estava sendo muito produtivo nas aulas e estava insatisfeito com o curso e minha falta de progresso. Andressa, minha parceira no crime, - ainda mediadora do projeto -  me convidou para fazer parte do projeto que a amiga dela era participante e sugeriu de eu largar asa aulas de francês. Confiando nela e somando meu desanimo com o curso de línguas larguei tudo e fui na reunião do projeto.

Depois de formalmente inscrito, a primeira sensação que vem a memória é a de estar deslocado. Claramente a minha falta de experiencia fazia com que eu fosse nas reuniões mas ficasse calado por maior parte do tempo. Ambientação é sempre um desafio para o “novato”.

Eu me lembro de ir na escola e ser designado nos últimos meses de aula do ano a turma do segundo ano. Ela era pequena então eu ficava sozinho nela. Foi um desafio do qual eu me julgava extremamente incompetente para lidar, e por muitas vezes achei que eu estava fazendo tudo errado e que a proposta do projeto era impossível para eu desenvolver. 


O ano findou e vieram as férias. No ano seguinte, Andressa me renovou o convite e seria uma covardia deixar o projeto assim tão no início. Sabia que deveria primeiro ter um experiência mais sólida para decidir se ficava ou não".

Ai, Joao! E aí, como foi no ano seguinte?
"Ao começar o ano de 2015, o tempo de pratica, as reuniões com os mediadores, e o tempo passado na presença da nossa professora coordenadora, o interesse, o empenho, o conhecimento e a paixão pelas atividades do projeto cresceram. É excelente para qualquer ser humano encontrar um lugar onde ele é respeitado por aquilo que faz, e suas considerações são ouvidas e rebatidas com respeito e amizade. E foi exatamente nesse meio que eu me encontrava.

Constantemente desafiado a pensar as posições que tinha, uma atitude cooperativa para com os meus amigos que fiz no projeto onde era possível falar com absoluta franqueza e saber que haveria sempre o respeito e uma piada pronta para qualquer ocasião. Porque se há uma coisa que os membros do projeto tinham em comum era a alegria e a disposição para uma boa festa.

As contações na escola ficaram mais leves e mais fluídas, pois agora eu tinha certeza do que eu fazia, e não mais ficava paranoico se estava dando tudo certo como manda o script. Trabalho com pessoas, ainda mais crianças, raramente se consegue manter no planejado. Então eu traçava um objetivo final e deixava o entusiasmo das crianças e a fluidez da leitura me deixar lá."


Joao nos lembrou também de outros trabalhos que fazemos no projeto e que foram marcantes para ele:
"O propósito do projeto era muito bonito e deu tanto certo que começamos a receber convites para oficinas em outras escolas. E o que fizemos? Festa! Porque nada era mais divertido, e como eu me divertia, do que ir em outros lugares e levar, demonstrar o que a gente fazia lá dentro da universidade. Afinal não é esse o propósito da extensão universitária? De se conectar com a comunidade e fazer algo em prol dela? 

A mim ficou a responsabilidade de fazer as apresentações do projeto. Das oficinas, da semana universitária, a Eileen confiava que eu traduziria em palavras e imagens, tudo o que o projeto representava. E eu aproveitei mesmo essa liberdade para cantar, para dançar, para falar e demonstrar que o fundamento do nosso projeto está na alegria em incentivar a leitura, como um prazer que se conquista come esforço e persistência, e não somente um prazer por si só, fácil de ser alcançado. 

O blog - OLHA A GENTE AQUI <3 -, é uma ferramenta utilizada pelo projeto também para externalizar para os leitores nossas experiencias e colocar em palavras aquilo que sentíamos ou experimentávamos. Já escrevemos de quase tudo, quando os alunos dizem para a gente: “Nossa tio, você tem voz de travesti”, ou “Tia, meu pai tá na cadeia” e o que era mais ouvido “Eu sou MC Lepo Lepo”. Das coisas boas e ruins que já ouvimos tudo encarando com muita seriedade, mas sempre alegres, porque era nossa oportunidade de trazer a leitura mais próximo das crianças e mostrar que um livro pode conter respostas para as perguntas mais loucas que podemos formular."

A saída do projeto... assim como o final deste texto nos deixa um gostinho de quero-mais!
Convocamos todos os ex-mediadores para um abraço virtual e uma roda de conversa, para nos recordamos de nossas aventuras juntas!

Topam o convite?
Com carinho, Equipe Livros Abertos - AQUI TODOS CONTAM!








quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Leitura dialógica e temas difíceis

Hoje (06/09/2017), estivemos na Universidade Católica de Brasília, para uma oficina muito especial, no Seminário de Psicologia e sofrimento contemporâneo.

Como conversar com as crianças sobre temas difíceis e sensíveis como morte, luto, adoecimento, violência sexual, preconceito, identidade sexual e de gênero, suicídio?

Pensando em sensibilizar os participantes inscritos a repensar a literatura como um espaço de reflexão e a leitura dialógica como método para conversar sobre temas difíceis, nossa oficina contou com leitura de imagens...



e rodas de contação!






Foi uma manhã rica em afetos, provocações e discussões. Os olhares múltiplos e vivências únicas de cada participante teceram novas percepções e insights, nesta trama de aprendizado e co-construção.

Agradecemos a coordenação do Curso de Psicologia da Universidade Católica de Brasília que nos convidou o projeto Livros Abertos para esta parceria.  

Além disso, agradecemos, especialmente, aos participantes da oficina, que nos enriqueceram com suas histórias e sua entrega!


Aqui tod@s contam!


Ficou curioso?
Confira algumas matérias de nosso blog sobre mediação de leitura com temas difíceis.
1) O acervo indica: Edição Especial Temas Difíceis
http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2016/12/o-acervo-indica-edicao-especial-temas.html
2) Dica de Leitura: Sete minutos depois da meia noite
http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2017/04/dica-de-leitura-sete-minutos-depois-da.html
3) Bolsa Amarela de Lygia Bojunga
http://livrosabertosaquitodoscontam.blogspot.com.br/2015/11/a-bolsa-amarela-de-lygia-bojunga.html

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O mágico de Oz de L. Frank Baum

O último ano foi muito curioso. Me peguei lendo alguns dos clássicos da literatura infantil. Crônicas de Nárnia, Hobbit, A fantástica fábrica de chocolate, O mágico de Oz... Me surpreendi. Positivamente.

Peço licença para compartilhar minhas impressões. Preparem os sapatos de prata para não perder seu caminho.  Hoje é o dia de O mágico de Oz.

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Escrito pelo L. Frank Baum em 1900, este é um livro que marcou gerações e marcou profundamente memórias. O mágico de Oz é o primeiro de uma série de 14 livros,  uma obra icônica. Mais do que um clássico, ou um conto de fadas, esta história é um símbolo consolidado da cultura pop. Desde seu lançamento, foi adaptado diversas vezes para o cinema. Além disso, encontram-se com facilidade diversas referências ao universo e aos personagens de Oz em diversas outras obras.

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É difícil encontrar alguém que não conhece a história de Dorothy, ou do ciclone que levou sua casa, ela e Totó para uma terra misteriosa. "Não estamos mais em Kansas!". Muitos já sabem que, para voltar para casa, ela procura por um poderoso mágico que mora em uma cidade misteriosa. Segue assim por um caminho de tijolos amarelos na companhia de um leão que deseja ter coragem, um homem de lata que deseja ter um coração e um espantalho que quer ter um cérebro, ao invés de palha seca.

Muitos já conhecem essa história e podem estar se perguntando se vale a pena ler o livro e qual a graça que você poderia encontrar na leitura do deste livro.  E parafraseando Lisbela - e uma pá de outras pessoas por aí - a graça não está em saber o que acontece... mas como acontece e quando acontece.

O que mais me encanta na escrita de Baum é jeito de criar imagens. Muitas vezes, o estado afetivo de um personagem se confunde ou se propaga para o que está ao seu redor. Assim, o humor de tia Em é acinzentado assim como suas roupas, sua casa, sua pele e seus olhos. "[...] ela também foi modificada pelo sol e pelo vento, que apagaram a centelha que existiam em seus olhos [...] Desbotaram o rubor das suas faces e dos seus lábios, que também ficaram cinzas. Era magra e seca, e não sorria mais". Em Oz, o acinzentado da vida dura e infértil que Dorothy conhecia no Kansas se colore. A terra de Oz brilha em cores vivas. o caminho de tijolos amarelos leva à cidade de Esmeralda, onde as cores das flores são intensas e hipnóticas, os frutos grandes e suculentos.

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A narrativa é composta por paradoxos e contrastes que geram uma tensão entre as realidades subjetivas de cada personagem e a realidade objetiva que é compar-tilhada por eles. Por que um leão que se arrisca para salvar os outros, ruge alto, se coloca na linha de frente e se voluntaria para lutar, mas se diz covarde e deseja ter coragem? Por que um homem de lata que se preocupa, e chora tanto pelas injustiças e maus atos, diz que não sente nada e deseja ter um coração? Ou por que o mais criativo e engenhoso dos personagens se diz burro e deseja um cérebro?  Por que Dorothy quer voltar tanto para sua casa cinza e dura? O autor é perspicaz e nos mostra que, às vezes, o que mais desejamos está embaixo de nosso nariz - ou nos nossos pés.

Os desafios que Dorothy e seus amigos enfrentam vêm sob medida para testar sua persistência, sua coragem, sua empatia e sua inteligência. O que nos faz pensar que, às vezes, são os desafios da vida que nos permitem nos confrontarmos com nossas maiores qualidades.

É interessante ver como a relação entre os personagens vai se desenvolvendo e se intensificando - alguns podem se chocar com a facilidade de alguns dos companheiros de viagem deixar para trás alguém que se atrapalha para remar ou que dorme no jardim de papoulas (capítulo O campo das papoulas da morte). Mas se despedir de alguém vai se tornando mais difícil conforme vamos conhecendo melhor os personagens.  Ao longo de suas aventuras, eles vão descobrindo que há uma diferença entre fazer uma jornada com outras pessoas e fazer uma jornada juntos.

Nossa convite de hoje é:  leiam este conto moderno e compartilhem conosco o que vocês acharam de mais bonito nessa obra ;D

Ficha técnica
O mágico de Oz
Escritor: L. Frank Baum
Ilustrador: W. W. Denslow
Tradutor: Sergio Flaksman
Editora: Zahar
Ano de edição: 2013

terça-feira, 25 de julho de 2017

Confessionário

Vamos falar sobre nossos maiores defeitos enquanto mediadores? Este texto é para você, especialmente para você, aquele que não deixou de ser um simples e mero humano apesar de ter se tornado mediador.

Por mais vergonhoso que seja admitir, nós mediadores cometemos erros – vergonhosos, escabrosos e cabeludos. Daquele tipo de erro que nos deixa até envergonhados de escrever no diário e coramos para nós mesmos na frente do espelho. Hoje, trago uma coletânea dos deslizes mais comuns entre os mediadores.

Antes de mais nada, queria ressaltar que desses pequenos – às vezes grandes – deslizes, os mediadores mais experientes não estão vacinados.
Então...

OPS!
Nessa categoria, há os deslizes mais comuns na vida de um mediador – que não queremos que nossa coordenadora saiba – mas Eileen, ops!

1) Ops-Esqueci que tinha mediação hoje. Às vezes, o despertador não toca, a rotina muda inesperadamente e ops!

2) Ops-Escolhi o livro de última hora e deu ruim. Já aconteceu comigo e provavelmente já aconteceu com você... Um dia escolhemos o livro de última hora – tipo 5 minutos antes da contação. Ou mais vergonhoso, até escolhemos o livro antes, mas não o lemos  com antecedência e chegamos na contação com um enorme de um kinder-ovo.

Não sabemos que intervenções fazer nem o que perguntar... Eita, e quando é livro rimado? Falta prosódia, ritmo e musicalidade. Vejo que esse tipo de erro causa tanta vergonha que é extinto depois de uma ou duas vezes.


3) Ops-Eu segui ao pé da letra as dicas de alguém e fiz perguntas em todas as páginas e uma criança gritou para mim: PÁRA DE PERGUNTAR, TIA, EU QUERO OUVIR A HISTÓRIA! É... temperança é uma virtude trabalhosa, mas desejada aos mediadores.

4) Ops-Eu fiz uma contação no automático... Esta é escandalosa! Estou até com vergonha de escrever. Em dias cansativos, engatamos no automático e narramos simplesmente a história. O maior do pecados é quando deixamos escapar um “qual a moral da história?

5) E o clássico...  Ops-até hoje não aprendi o nome das crianças... nem da professora. SEM COMENTÁRIOS!

NÃO REGISTRAMOS!


O maior deslize que cometemos é que simplesmente não compartilhamos e divulgamos a Leitura Dialógica do jeito que ela merece. Não fazemos bom uso de nossas ferramentas, como este blog. As melhores experiências muitas vezes não chegam até aqui por que não fazemos registro delas. Essa é hora de nossos leitores darem um grito e brigarem conosco.
Vocês e a LD merecem o melhor de nós.

CIÚMES e POSSESSIVIDADE



O ciúmes patológico é frequente em três situações:

1) Em um dia ensolarado, você fez uma contação perfeita: o livro perfeito, as intervenções perfeitas com as crianças perfeitas, tudo se encaixou. A experiência foi tão única, tão soberba que você quer manter ela só para você. E você quer atear fogo na pessoa que ousar fazer mediação desse livro, principalmente por que ela pode fazer uma contação melhor do que você...

2) Um dia você encontra, na estante de um sebo/livraria aquele livro, aquele livro especial que foi feito para você, fala da sua história. Você compartilha sobre ele... mas essas coisas da alma se incendeiam feito faísca em palha. E quando você vê, 35 mil pessoas também acham o livro o máximo. Ele de repente não é mais exclusivo, nem tão especial.



3) Sentimos ciúmes de nossa turminha. Nossa turminha é a mais inteligente, esperta, alegre, divertida, espontânea... E ai do nosso colega que defenda que é a dele. Vixi, e quando pedimos para um colega nos substituir e na semana seguinte as crianças dizem que ele é muito mais legal do que você... Ai, meu coração!

MAS...

Olha, a editora  pediu para eu colocar um mas e terminar com um tom mais otimista.

Mas.. não vou mentir, se você pecou assim, você provavelmente perdeu seu lugar no céu dos mediadores. O lado bom é que... há tempo para redimir, salvar sua alma e quem sabe frequentar o lugar onde estão os maiores contadores de histórias.

A receita é simples. Faça mais mediações! Pode parecer paradoxal, mas a ordem médica é dobre os seus erros e multiplique em 100 seus acertos. Não é nada fácil ser um mediador. 

Quando estamos em roda com as crianças, elas, suas histórias e suas perguntas é o que há de mais importante, por isso não tenha dúvida, a leitura dialógica exige 100% de nossa atenção e afeto. Não tenhamos medo de errar e estar cada vez mais próximo e presente das crianças. Sabendo ouvi-las, sabendo provocá-las e sabendo mediar sua relação com a literatura da forma mais amorosa possível.


Com certeza, você já passou por isso compartilhe com a gente – ainda que de modo anônimo - qual foi seu maior erro durante uma contação. Qual foi seu maior deslize?

terça-feira, 18 de julho de 2017

A rainha das cores contado por 3 princesas...

Esse é o relato compartilhado de uma contação feita para uma turma inteira no escuro!

Inicialmente, chegamos e nos organizamos conforme o combinado e utilizamos um projetor para facilitar a visualização das ilustrações do livro. Logo então, montamos uma roda com as crianças e conversamos sobre o que elas gostavam -só para quebrar o gelo-, desde animais, comidas, roupas, livros ou esporte, qualquer coisa que fosse!

Ao pensarmos nessa dinâmica, tivemos como objetivo trabalhar a questão do poder, que o tema iria sugerir. Afinal, ao se falar de reis e rainhas, geralmente é a primeira noção que nos vem à mente. E, por isso, levamos uma coroa dourada de plástico para que cada um colocasse na hora em que fosse falar perante todo o grupo. Isso foi feito para instigar uma percepção de como um objeto ou uma posição social podem impor tanto poder e, no contexto descrito, chamar ou prender a atenção. Todos tiveram um momento como “superior”, donos da palavra e do momento.

A partir daí, começamos a introduzir o tema e o livro daquele dia: A rainha das cores. Já de cara perguntamos se as crianças conheciam alguma rainha, esperando respostas como : “Sim, a rainha má da Branca de Neve”, ou seja, esperávamos rainhas de contos de fada e de estórias infantis. Porém, as crianças nos surpreenderam respondendo : “Sim, conhecemos a rainha da Inglaterra, por exemplo”. Superando assim nossas expectativas e trazendo todo um caráter político e mais real a estória do livro daquele dia.



Na narrativa de poucas frases, as cores representam os sentimentos da rainha, personalidade que manda e desmanda, mas que na estória se viu sem autoridade sobre as cores. Essas cores somem ao longo de algumas páginas, vindo a ocasionar uma grande tristeza para a rainha. Esse momento é descrito no livro como “momento em que tudo ficou cinza”. Quero destacar que, por coincidência, ao entrarmos nesse trecho do livro, uma chuva muito forte começou a cair. De uma forma, que em minutos a energia acabou. Um apagão geral que nos deixou sem projetor e portanto sem imagens ou boa iluminação.

O apagão acabou com o que estava planejado para o dia, ou seja, nosso “plano A”. Dessa forma, fomos forçadas a um improviso que na verdade saiu muito bom, pois aproveitamos o momento para tratar da metáfora “ficou tudo cinza”, justamente como nos encontrávamos em sala de aula, já quase no escuro. Portanto, retomamos a mediação e fomos mostrando o livro para que todas as crianças pudessem ver e inclusive aproveitamos um pouco da luz do entardecer todavia chuvoso para terminar nossa conversa.

Com isso, a história seguiu e páginas depois a rainha começou a chorar de tristeza e curiosamente suas lágrimas saíram todas coloridas. Ocorreu então a volta das cores ao seu reino! Uma alegria para todas as crianças que abriram um grande sorriso ao escutar essa parte.

Foi interessante observar que as crianças interpretaram o choro justamente como uma forma de expressar sentimentos sendo bons ou ruins e, consequentemente, um alívio. Inclusive, entenderam o choro como algo preciso e muitas vezes necessário sendo você um menino, uma menina ou até mesmo uma rainha.


Ficha técnica
A rainha das cores
Autora: Jutta Bauer
Editora: O bichinho de conto

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Intensiva: Não nos calemos!



Após algumas semanas fora do ar, os trabalhos em nossa revista digital foi retomado!
Confira nossa nova intensiva que trata sobre temas difíceis e crianças em situação de vulnerabilidade social.

"Há certas coisas que são inexplicáveis, guerras, brigas, violência, fome, desigualdade social, abandono. Nem sempre, nossa casa é um lar."

https://www.revistalivrosabertos.org/single-post/2017/06/01/Intensiva-N%C3%A3o-nos-calemos











Acompanhe nosso cronograma e participe de nossas matérias, enviando feedback, ideias e sugestões para nosso e-mail: livrosabertos01@gmail.com


domingo, 4 de junho de 2017

Diário do Contador - A viagem de Francesca Sanna

Esta semana, eu levei um livro que estava desde janeiro na minha estante esperando ser contado. Eu lembro da primeira vez que o li, entre as estantes de uma grande livraria. Lágrimas discretas escorreram pelo meu rosto, e quando fui ao caixa, meu nariz estava vermelho e inchado.

O caixa perguntou: “está tudo bem, moça?”. E com um suspiro eu respondi, sem chorar, que eu achara um dos livros mais bonitos do mundo.

Eu não sei que fim deu, e se o caixa foi atrás de minha indicação, mas sei que esse é um livro que não merece ficar escondido em estantes. Sabia também que eu precisava de um tempo sozinha com ele, conhecendo, lendo e relendo e me preparando para uma contação.  

Estou falando de A viagem, ilustrado e escrito por Francesca Sanna. Sinceramente, só de ver a capa meu pulso se acelera! Premiado pela Sociedade dos Ilustradores de Nova York e acalentador de corações, o livro chegou ao Brasil em uma belíssima edição. Trata-se de um livro sensível, atual e intenso. Francesca, inspirada na história de algumas garotas que conheceu, narrou a história de uma família que foge de seu país por causa de uma guerra e embarca em uma grande aventura, a procura de um novo lar.

A imigração, mais do que questão de vestibular, é um tema que toca questões profundas, como convivência entre pessoas, respeito à diversidade, globalização. Podemos nos enganar pensando que é um tema distante da realidade brasileira, mas não podemos perder de vista as ações do governo atual com a chamada Lei da Migração, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional. Isso sem falar do histórico do Brasil (um país de imigrantes) e dos próprios movimentos populacionais e migratórios do nosso país.

Após esse adendo, voltemos ao livro. Suas ilustrações parecem ser feitas não apenas para o imaginário infantil, mas parece que nasceu das narrativas e olhar de uma criança. A guerra é retratada como uma grande sombra, os agentes da fronteira são enormes e assustadores – uma das crianças até os identificou como aliados das sombras! Além disso, há forças e pessoas que auxiliam nessa aventura, também são retratados como criaturas enormes e elementais, como se fossem misteriosos e poderosos demais para serrem compreendidos pelo nossa pequena criança protagonista. 

Mas nem tudo, é sombrio e incerto nesse livro. Ao longo das páginas, vemos laços de amor e esperança que se aperta e se fortalece entre mãe e filhos.


Muito do que fica implícito no livro é compreendido pelas crianças, como a atmosfera de perseguição e medo, o preconceito aos imigrantes, a dureza daqueles agentes de guerra que não se compadecem com o destino de civis e crianças.

As crianças para quem contei tem 7 e 8 anos, e elas já intuem a intricada e complexa rede de poder e de segredos por trás de uma guerra. “Tia, numa guerra, tem um monte de bombas e armas, muita gente morre e muita gente é machucada. A cidade é destruída... e depois da guerra, [eles] falam que não foi nada, que foi só um terremoto e mandam que tudo volte ao normal”. Algum dos meninos falou sobre o perigo de fugir de uma guerra, e logo estávamos falando sobre a segunda guerra mundial. E, sim, eles falaram sobre Hiroshima e o absurdo de atacar uma cidade inocente. “Eu não entendo tia, porque eles construíram uma bomba que pode destruir o mundo?!”. Fui sincera com as crianças “eu também não entendo”.

Afinal, se estourasse uma guerra aqui no Brasil, o que vocês fariam? Para onde iriam?

“Eu iria para Itália [...] porque lá tem os carros mais rápidos”.
“Eu iria para a Itália também porque lá poderia andar de snowboard”.
“Eu não tia, eu iria para os Estados Unidos [...] porque tenho um tio que mora lá, e Estados Unidos tem muita bomba para se proteger”. “Iria para Hollywood virar atriz!”.
“Eu iria para a China que é bem longe daqui”.

Nesta contação com as crianças, vivi grandes paradoxos. Por mais que para as crianças fosse consenso que a família do livro pudesse vir para o Brasil, que é um lugar seguro e sem guerras. Aos poucos tornou-se impossível ignorar as pequenas guerras que temos no Brasil, e a falta de segurança que temos aqui.
“Não posso sair à noite, porque é perigoso, tia”
“É mesmo, muito perigoso lá”, outra criança concordou.
“Tem gente má que fazem coisas ruins com crianças”.
“Já vi uma mulher na rua sendo perseguida”
“Já ouvi som de tiro, tia”.


No momento que eu peguei esse livro, já sabia que as crianças viajariam com ele e veriam cenas da própria história. Não perca essa oportunidade de conversar mais sobre os refugiados do mundo e também os momentos que sua criança deseja refúgio.

Meus votos para que sempre possamos encontrar um lugar seguro para sermos nós mesmos e fazermos nossa própria história, ainda que para isso tenhamos que nos aventurar por novos ares.


Ficou curioso? Quer saber mais sobre esta obra? Confira nossas dicas de mediação em nossa revista digital.
https://www.revistalivrosabertos.org/single-post/2017/06/01/A-viagem-Francesca-Sanna
Confira partes da história em: https://www.youtube.com/watch?time_continue=81&v=ZRHlyIcFH3k

Escrito por: Júlia Gisler
Ficha técnica
Título: A viagem
Autora e ilustradora: Francesca Sanna
Tradutor: Fabrício Valério
Editora: Vergara & Riba Editoras

Ano de edição: 2016

terça-feira, 9 de maio de 2017

O Acervo Indica: Caso de detetive

Histórias com detetives como protagonistas são muito comuns, e não é para menos. Essas histórias geralmente são intrigantes e despertam no leitor uma forte curiosidade. Naturalmente existem grandes detetives da literatura que já podem ser considerados clássicos, como Sherlock Holmes de Arthur Conan Doyle, ou Hercule Poirot e Miss Marple de Agatha Christie.

A literatura infanto-juvenil também não fica para trás, e mesmo que muitas dessas histórias ainda não sejam clássicos, elas com certeza têm uma dose extra de diversão e descontração. Então, para essa edição do Acervo Indica, vamos apresentar uma série de livros sobre um grupo de jovens detetives muito especial, A Turma dos Tigres.

Essa série, escrita pelo austríaco Thomas Brezina, tem como personagens principais os jovens Patrick, forte como um tigre, Brigite (ou Gigi) incansável como um tigre, e Lucas, esperto como um tigre. As histórias são incríveis, mas o grande diferencial é a presença do 4º detetive, o próprio leitor, que através de vários elementos, é convidado a imergir de forma muito mais profunda na trama dos livros, seja por meio de perguntas que são reveladas por meio de um decodificador ou até mesmo pela ficha, igual à dos outros detetives e do próprio autor que o leitor pode preencher. Vamos aos livros!







1)      O safári dos monstros







Nesse livro os três amigos são convidados por um velho amigo da mãe de Lucas a irem visitar, na África, uma reserva proteção a animais em extinção. Mas durante sua viagem criaturas estranhas começam a aparecer, será que são monstros? E como explicar os acontecimentos incomuns que começam a acontecer? Será que é uma armação de alguém que está planejando caçar os animais da reserva? Para descobrir as respostas para essas perguntas você está mais do que convidado a se juntar à Turma dos Tigres.

Ficha Técnica:
·         Autor: Thomas Brezino
·         Ilustrador: Werner Heymann
·         Tradutora: Maria Estela Heider Cavalheiro
·         Editora: Ática
·         Coleção: Olho no Lance


2) Vítima de uma armadilha






Os Tigres estão visitando Nova Iorque, a convite do pai de Patrick, quando este acaba sendo confundido com um astro juvenil e é sequestrado por engano. Gigi e Lucas precisam explorar a cidade e descobrir as armações do bandido antes que Patrick seja obrigado a fazer uma escolha difícil: participar de um crime ou então ser morto pelo criminoso. Novamente você é chamado a se juntar aos detetives para salvar seu colega Tigre e desvendar os planos do bandido, sem se perder no mundo de fantasia que compõe o cenário dessa aventura.

Ficha Técnica:
·         Autor: Thomas Brezino
·         Ilustrador: Werner Heymann
·         Tradutora: Renata Dias
·         Editora: Ática
·         Coleção: Olho no Lance



3)      O avião fantasma


 
  
Misturando tesouros vikings, superstições, histórias de fantasmas e a curiosidade dos jovens tigres, essa aventura nos traz as típicas perguntas que nos fazem mergulhar de cabeça na história, além de um fator a mais, mensagens em código Morse. Tudo isso se passa quando Lucas, Patrick e Gigi visitam a Noruega e avistam um suposto avião fantasma, várias mensagens esperando para serem decifradas, e até mesmo algumas ameaças. O fim da história reserva ótimas descobertas, que chegam até ao passado viking do país.

Ficha Técnica:
·         Autor: Thomas Brezino
·         Ilustrador: Werner Heymann
·         Tradutora: Renata Dias
·         Editora: Ática
·         Coleção: Olho no Lance


Então, depois de conhecer essas histórias o que você está esperando para visitar nosso acervo, a biblioteca ou livraria mais próxima e se juntar de vez à Turma dos Tigres? Por que eu sei que você, assim como nossos protagonistas, tem qualidades dignas de um bom tigre!
Gabriela M.

“Somos os Tigres
Somos os tais,
Vencemos qualquer parada

O que você quer mais?!”