terça-feira, 26 de novembro de 2013

Dica de leitura! - "A Árvore Generosa"




Uma das premissas que vira e mexe discutimos nas nossas reuniões do Projeto é a que fala que devemos ler para as crianças livros dos quais nós como mediadores também gostamos, de forma que o nosso interesse e carinho por aquele livro seja também contagiante para quem estará participando da mediação. Pensando sobre isso, lembrei de um dos livros que ganhei dos meus pais quando criança e que tenho até hoje, que se chama “A Árvore Generosa”, do autor e ilustrador Shel Silverstein.
Sempre que inicio a mediação em uma turma nova, é com grande prazer que  apresento uma das minhas leituras favoritas aos pequenos. O livro é de ilustrações simples, feitas apenas a partir do contorno e em preto e branco e de uma história linda e sensível que trata do amor entre um menino e uma árvore.
A história traz as diferentes fases da vida do menino e suas diferentes necessidades as quais a árvore está sempre pronta a suprir... bom, não sei como descrever a história em detalhes sem tirar a poesia de se ler o livro por completo.

Essa é uma das narrativas que pode ser contada e recontada para crianças de diversas idades e da qual os adultos podem se apropriar, pois nos traz uma importante reflexão acerca de nossas próprias vidas.

                Se está com dificuldade de escolher um livro para começar, aí está uma ótima dica, pode confiar! Mas mais importante do que este livro em específico, que tal resgatar aqueles que também te encantaram na infância e encantam até hoje? Com certeza o seu carinho pela história trará um gostinho especial para a mediação! 

Compartilhe as suas dicas com a gente também! :)
Por: Isabella Brandão.



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Reaprendendo...


Escrever no blog de um projeto tão inspirador tem sido um desafio pra mim. Começo e recomeço as tentativas de colocar em palavras tudo aquilo que é vivenciado nas leituras, no universo rico das letras, mas que também é cheio de outros elementos, como as contribuições valiosas de cada um, os silêncios mágicos, os olhares atentos...
Decidi, então, estreiar no blog com a minha experiência pessoal com os livros - que tem mudado desde que entrei no projeto e que, talvez por isso, torne tão desafiador escrever aqui.

Desde que tinha uns 16 anos, comecei a achar que ler dava sono. Nunca era possível ler deitada, ou no sofá, ou com uma luz de cabeceira porque o resultado era desastroso, certeiro e melhor que qualquer Rivotril: em menos de 15 minutos, o sono vinha!


A consequência disso é que passei a acreditar que leitura era algo desprazeroso... Como algo que em 15 minutos me dava sono podia ser bom? Resposta: não podia.

Com o tempo, a certeza de que ler era o melhor remédio pra dormir só aumentou e, ainda assim, eu lia o dia inteiro - inúmeros livros de química, física, história, literatura, filosofia, biologia...

Mas, pensando hoje em dia, como ler era ruim se eu não parava para LER? Ler mesmo, de verdade? Aqueles livros que a gente ama e lê devagarinho, economizando as páginas pra demorar mais a acabar? Ou aqueles que a gente não aguenta e devora mesmo, de uma vez? Eu não lia... Não a leitura que eu gostava e que, na verdade, não dava sono nenhum.



Mas eu permaneci nesse ritmo: quatro anos de universidade e muuuuita leitura. Leitura acadêmica, claro. Filósofos, antropólogos, psicanalistas, psiquiatras...
E, novamente, eu quase nunca parava para LER. A leitura obrigatória tomava conta e... Como não sentir sono depois de horas e horas lendo só por ler? Só por que ia cair na prova? Só porque precisava fazer uma resenha? 

Resposta: não dava, o sono vinha!






Mas aí, eis que eu ganho a chance de fazer uma pausa e o convite de uma amiga me traz para o Livros Abertos, para leitura dialógica, para leitura gostosa, para o LER de verdade.
E é isso que tenho reaprendido: existe uma leitura que não dá sono. Existe uma leitura prazerosa, que desperta interesse, curiosidade, atenção. Existe uma leitura que desperta a gente! Uma leitura do que a gente gosta ou/e do que nos faz pensar, criticar, refletir.
Existe uma leitura esquecida... Uma leitura que eu - e muita gente! - deixa de lado para as outras leituras do dia-a-dia. E essa leitura esquecida faz acender algo dentro da gente, ela é sentida, e por isso talvez seja difícil falar sobre ela. Mas ela existe...



É a leitura que eu vi nessa imagem essa semana:


A leitura que não dá sono, mas que dá sonhos!


E pra quem está querendo reacender essa leitura, fica uma dica que encontrei essa semana. Milhares de livros para download gratuito! 
Drummond, Leminski, Vinícius de Moraes, Oscar Wilde, Nietzsche, Fernando Pessoa. 
Política, fotografia, literatura, comunicação. 
Suspense, quadrinhos, clássicos.

Possibilidades para acender algo dentro de toda a gente! Aproveitem!

Raíra Cavalcanti

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Dica de leitura: “Terra de Ninguém” de Contardo Calligaris

Faz tempo que não escrevo para o blog, mas a minha inspiração dessa vez veio de algo que na verdade sempre estava bem próximo a mim, dentro da minha bolsa e que carrego até para o supermercado, com o receio de ter que passar horas na fila sem nenhuma distração.
Falo hoje sobre uma dica de leitura que tenho carregado comigo há pelo menos quatro meses. Não que o livro seja chato, mas não tive o devido tempo para me dedicar a ele. Intitulado “Terra de Ninguém”, o livro de Contardo Calligaris, psicanalista italiano, é uma coletânea de crônicas escritas enquanto o autor dividia sua vida entre São Paulo e Nova York. O título do livro remete justamente às diversas viagens que Calligaris realizou e que fizeram com que diversas crônicas fossem escritas “nesse espaço estranho que existe nos aeroportos e que está fora da jurisdição ordinária”.
            Indico o livro para quem gosta de uma leitura leve, porém reflexiva. O autor traz acontecimentos desde o lançamento de um livro da saga Harry Potter até pontuações sobre a Segunda Guerra Mundial. Como o próprio autor menciona: apesar de julgar que as crônicas foram alocadas de forma interessante para o leitor; por se tratar de textos aparentemente sem nenhuma conexão, alguém que não gosta muito de política pode passar algumas páginas e encontrar um texto sobre a vida amorosa de um casal, ou sobre questões de gênero. Enfim, a quantidade de assuntos é incrivelmente variável.
            De qualquer forma, o que mais me impressiona no livro é que consigo concordar e discordar do o autor como se estivéssemos dialogando. Acredito que algumas pessoas possam não gostar de literaturas desse tipo, mas acho essencial que as leituras nos provoquem, nos coloquem diante de nossas reflexões, afinal não é tudo que levamos para uma roda de conversa com os amigos e muitas vezes não temos certeza sobre o que achamos das ações do governo Bush. “Terra de Ninguém” se propõe a isso, a dialogar. Por se tratar do cotidiano, o autor não tem a pretensão de que o autor compartilhe das opiniões dele, afinal de contas os textos são produzidos através das lentes de Calligaris.
            O que me fez recordar do livro quando estava pensando no que escrever para o blog foi justamente, que no início da obra o autor menciona a sua dificuldade de escrever semanalmente, já que todas as crônicas de “Terra de Ninguém” foram publicadas na Folha de São Paulo em uma coluna semanal. Lembro, inclusive, que em uma das reuniões do “Livros Abertos”, estávamos discutindo o quão difícil era escrever para o blog, sendo que às vezes nada vinha de novo ou que merecesse ser contado. Bem, a conclusão na qual Calligaris chega é que as experiências vividas por ele (um noticiário, uma conversa, um encontro, uma viagem, e no nosso caso, uma contação de histórias) são dotadas de alguma intensidade que valha a pena ser transmitida.
E eu aqui procurando algo extraordinário para escrever quando tudo que eu precisava dizer estava dentro da minha bolsa.
“Ao escrever pouco me importa que o leitor compartilhe ou não da minha opinião (se é que tenho uma). Pouco me importa que ele repita ou adote os caminhos pelos quais se enveredou minha experiência. Minha ambição é apenas (mas já é muito) que, ao dialogar comigo (concordando ou protestando, tanto faz), o leitor tome o tempo necessário para descobrir ou inventar uma espessura e uma intensidade possíveis de sua própria experiência. No fundo escrevo crônicas na esperança de que, ao lê-las, os leitores sintam vontade de tornar-se cronistas de suas próprias vidas” Introdução: Terra de Ninguém, Contardo Calligaris

Nathália Oliveira

domingo, 10 de novembro de 2013

            Dentro da vasta programação oferecida pela Semana Universitária 2013 da Universidade de Brasília (UnB), realizada na semana passada, o projeto de extensão Livros Abertos: Aqui Todos Contam  marcou presença e fez bonito. Foram duas oficinas de mediação de leitura chamadas de "Conte Comigo", uma na quarta-feira (6/11) e outra na quinta-feira (7/11). Além de divulgar o trabalho que o projeto vem realizando há quatro anos, as oficinas também contribuiram para a formação e/ou capacitação de contadores de histórias e troca de experiências a partir das vivências das mediações de cada um dos participantes.     


Em ambas oficinas, o público foi diverso, provando que contar histórias é interesse de todos. Alunos de ensino médio, graduação, pós-graduação, mães, professores, bibliotecários e curiosos estavam presentes e tiveram a oportunidade de experimentar como uma mediação de leitura ocorre, assim como as dificuldades e as características da leitura dialógica. 
Membros do projeto.
Coordenadora do projeto.

          Os organizadores das oficinas prepararam os momentos com base nas discussões teóricas oferecidas pelo projeto e pela própria prática de leitura para crianças. Segundo a coordenadora do projeto, a professora do Instituto de Psicologia da UnB, Eileen Flores, as atividades foram maravilhosas e agradeceu o trabalho dos membros do projeto. "Nossa coesão, nosso espírito coletivo e nossa alegria que impressionaram a mais de uma pessoa!", elogiou ela ao fim da última oficina.