Qual é a linha que
separa a criança de um adulto, e do contador do ouvinte? Nesta semana tivemos a
chance de cruzá-la experimentando e explorando ambos os
papéis.
Em nossa reunião semanal com os integrantes do projeto
realizei duas dinâmicas. A primeira consistia em desenhar algum objeto que
estivesse dentro da sala onde nos encontrávamos usando o corpo ou outros
objetos.
No começo todos
estavam acanhados, mas ao final os desenhos foram se formando (ou se
deformando) e refletiram a nossa dificuldade, como seres humanos, de realizar
uma ação muitas vezes banal por outros meios. Na contação de histórias, às
vezes as limitações ou o medo nos deixam incapazes de ler a história de um modo
diferente do que já foi realizado, tornando-a monótona e sem vida. E essa
dinâmica teve como objetivo mostrar que tentar arriscar formas diferentes de
mediar a leitura (fantoches, desenhos, teatro...) só enriquecem mais o aprendizado e compreensão
da história por parte da criança.
Já na segunda dinâmica, enquanto eu lia trechos de uma
história, os demais participantes desenhavam tudo que se passava em suas
cabeças. Os resultados foram inúmeros, e mostraram várias interpretações e
associações do mesmo trecho, mostrando a personalidade e experiência de cada
um.
Os desenhos são as
representações mentais, pensamentos e impressões que as crianças têm durante
toda a contação, que na dinâmica estão sendo impressas na folha de papel. No
momento em que comecei a contar a história, todos os contadores do projeto
tomaram o lugar das crianças que eles mediam leitura, transcrevendo todos os
seus pensamentos por meio do desenho. Isso nos fez perceber como o papel do
ouvinte na contação de histórias é tão difícil, fazendo-nos refletir também na
maneira que devemos tratar as crianças e entende-las quando estão inquietas ou
dispersas durante a história.
Essa dinâmica proporcionou aos mediadores de leitura a
experiência de se sentirem totalmente imersos em seus pensamentos, e ao mesmo
tempo presentes na fantasia da história. Ela apenas concedeu a eles o lugar de
serem crianças novamente.
Se quiserem ter essa mesma oportunidade, não sejam tímidos.
Peçam a alguém que conte uma história e comecem a ser criança outra vez.
2 comentários:
Foi uma ótima atividade!!!
Belas fotos e belo post Babi!!!
Babi! Essas dinâmicas foram geniais!! Realmente me deu um gás para buscar inovar mais nas contações =)
Postar um comentário