terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ao escolher um livro...

Às vezes ficamos tanto tempo sem nos dedicarmos a leituras livres e descompromissadas, que quando temos essa oportunidade ficamos sem saber o que ler. Iniciar um romance? Ler crônicas que são rápidas? Escolher um bom livro de poesias e aproveitar algumas reflexões sutis?
Na verdade, eu tenho algumas preferências, que dependem do momento, do tempo disponível e do local. Se as minhas férias são grandes prefiro iniciar um livro com narrativa extensa, porque não consigo continuar um livro desse tipo se ele tiver sido abandonado por mais de três semanas. Uma mania bem esquisita, na verdade, é que inicio novamente o livro se o prazo de continuação expirou.
Quando estou no meio do semestre prefiro as crônicas, porque são essas que eu leio em pé no metrô, no intervalo de uma aula para outra, um pouco antes de dormir ou minutos antes de sair de casa. Na verdade, sempre tenho um livro de crônicas por perto. Atualmente levo comigo “Terra de Ninguém” de Contardo Calligaris. Um livro que apesar de permitir uma leitura fluida, gera algumas reflexões profundas sobre aspectos diversos desde a venda do quarto livro da saga Harry Potter até às guerras que envolvem os EUA.
Para um feriado prolongado, prefiro um livro de poesias; porque para essas eu realmente preciso de um tempo muito particular. É o tipo de texto que eu necessito da casa em silêncio e das cortinas da sala fechadas.
Com todas essas peculiaridades de escolha, fico pensando se as crianças para as quais faço leitura dialógica também não precisam desse momento de escolha. Talvez a leitura dialógica não seja o momento exato para fazer isso, visto que lidamos com um grupo. Mas talvez seja possível permitir a variação de textos, se for de interesse das crianças. Contadores que utilizam um livro com uma narrativa extensa podem intercalar alguns contos/fábulas curtas entre as contações.
Acredito que isso seria melhor aplicado se pudéssemos nos dedicar mais tempo à contação e fazer quem sabe duas visitas à escola em uma semana, sendo que o decorrer de uma semana inteira já cria uma ansiedade para o próximo capítulo ou episódio. Imagina se fossem duas! As crianças poderiam recorrer ao desinteresse como acontece comigo quando abandono um livro por muito tempo.
Talvez uma saída alternativa fosse a parceria com os/as professores/as a fim de que eles também fizessem contação dialógica com tipos variados de texto, dessa forma esse tipo de contação poderia tanto estar presente mais vezes na semana das crianças como poderia ser trabalhada com diferentes tipos de narrativa.
De qualquer forma, essas são apenas ideias; porque a maioria das vezes, quando estou na posição de leitora, penso nas crianças com as quais faço a leitura dialógica. Assim como quando planejo as intervenções que serão tentadas na contação.


Nathália Oliveira

Um comentário:

Eileen disse...

Oi Nathália!
muito obrigada pelo post! Com certeza, o ideal seria haver leitura todos os dias, de formas variadas, e que a dialógica fosse pelo menos três vezes por semana, feita pela professora em sala!
Sobre a escolha, concordo que crônicas e contos são realmente excelentes opções para nossa atividade. Na próxima reunião, gostaria inclusive que você colocasse estas questões da escolha para nossa discussão. Um grande abraço e obrigada novamente!!