Com medo de um monstro noturno que devora seus sonhos, Pedro não consegue dormir. Não adianta contar aos pais, eles não acreditariam. “Pedro, se não dormir, vai ficar anão”, disse sua mãe quando viu o filho com olheiras bem marcadas em seu rosto. Além de Geleia – o monstro do seu quarto -, Pedro agora teria que se preocupar em não conseguir crescer por não dormir. Como de anão, tornar-se-á grande para resolver o problema?
Não tenho filhos, e meu irmão mais novo não tem uma idade tão afastada a minha para uma observação mais profunda. Entretanto, das coisas que lembro que tive mais dificuldade de superar, o mesmo com o caçula da minha família e outras crianças que tive contato, foi o medo de escuro. Cama da mãe, xixi na cama, dormir de luz acesa são mecanismos de defesa frequente que a criança utiliza para combater o medo de ter pesadelos ou fantasiar assombrações com os móveis do quarto no escuro. Qual foi a criança que nunca se queixou do bicho-papão? Pedro é só a imagem de toda criança que se sente vulnerável ao mundo, pois está o conhecendo.
Através de muitas aventuras, aplicando todo o tipo de dispositivo de proteção que imagina poder funcionar, o protagonista ganha a experiência de não só enfrentar o seu medo, mas acolhe-lo como uma arma para futuras experiências que necessitem dessa bagagem. Logo Pedro se construiu como “o grande”, o ganho de experiência simboliza o seu crescimento.
Interessante, bem humorada, é uma obra aconselhável a todos os pais que possuem filhos que estão nessa fase, ou já passaram por ela.
Obra: Pedro, o grande
Autora: Ana Siqueira
Ilustradora: Fernando Rabelo
Editora: FDT
Ano: 1996 (1ª Edição)
Autoria da Resenha: Amanda Barros
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