Na tentativa de relembrar como eu era e de entender o universo das
crianças, eu levei para a leitura dialógica o livro “O menino que espiava pra dentro”,
de Ana Maria Machado. Conta a história do Lucas, um menino que espiava... Só
que para dentro. Mas o que é espiar para dentro? Ahhhh, isso daí a gente foi
conversando para saber o que era.
O importante é que o Lucas tinha uma facilidade muito grande de sonhar,
de imaginar. Acho eu, que na infância é onde mais sonhamos, onde tudo parece
ser mais sincero, real, acessível e surpreendente. Assim como o personagem da história, quando
pequenos prestávamos muita atenção em tudo, mas tudo é também um motivo pra se
distrair e com a imaginação, criar um mundo melhor com mais liberdade.
Lucas inventa um amigo imaginário, Talento
ou Tamanco ou Tatá, enfrenta o mar agitado, tem uma cabana na floresta, mergulha
até o fundo do mar, viaja numa nave espacial, come a maçã do sono profundo...
Uma leitura muito boa, com imagens que rendem enormes conversas, com espaço
para as crianças contarem suas viagens para outros mundos e falar de seus
amigos imaginários.
“Não dava para espiar mais nada, para ver nada,
nem na frente nem atrás. Só aquele breu profundo. Ele, de um lado. Do outro, o
mundo.”
Lara Melo
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