Olá! Depois de voltas e voltas pelo
Brasil, de passarmos pelo sudeste e pararmos no Sul para tomar um Chimarrão,
chegamos ao Uruguay e já descobrimos coisas maravilhosas sobre esse país. Como estávamos um pouco cansados, paramos na
beira do Rio Uruguay e descobrimos de onde veio tanta água... Por isso, demos
uma pausa para podermos compartilhar com vocês um pouco dessa história.
Certo dia o diabo, cansado de caminhar pelas matas, porque nesse
tempo, tudo isto aqui era só mato a perder de vista, decidiu tirar uma sesta
para refazer as forças e continuar sua caçada de almas malvadas.
E tratou de se espichar
num tapete de guanxumas alta. Caiu bem ao pé de uma figueira carregadinha de frutos maduros.
Nesse tempo, povoava essas matarias que se estendiam longe, a
fazer limites com Santa Catarina e as terras do rei
da Espanha, uma raça de
passarinhos pequenos e cantadores, chamada URU. Aquele dia, depois de
saborearem também os figuinhos roxos e suculentos, resolveram dar graças a
Deus, cantando o que era uma lindeza de se ouvir. Eram milhares de milhares.
O diabo, que tem um sono de pedra e ninguém consegue acordar
quando está dormindo, naquela tarde não pode deixar de ouvir a orquestra dos
passarinhos. Sua irritação era tamanha que resolveu dar um sumiço nesses
bajuladores do Velhinho lá de cima...
Unindo o gesto a palavra,
encheu as bochechas vento, ficando com a cara em brasa, de tanto fazer força.
Depois que tinha botado dentro da boca a maior quantidade de furacão, soprou com tanta fúria
quanto podia, virando para o lado de onde lhe parecia provir o som.
A passarada tratou de se
cambiar, atirando-se espaço a fora, num movimento único. Depois pensaram que se
o diabo não queria que eles cantassem no fofo dos galhos e ramagens, então
cantariam no ar mesmo fora de seu alcance. Lá em riba recomeçaram seu gorjeio, ainda mais bonito, mais alegre do que antes.
Furioso o diabo resolveu matar todos de uma vez só. Ouviu-se uma
explosão, era como um tiro de canhão. E um horrível fedor de enxofre se
propalou, na terra e no ar, deixando a bicharada tonta de cair.
Com aquele canhonaço que
se ouviu por milhares de léguas ao redor, Papai do céu, que também andava cá na
terra, desconfiou que aquilo não podia ser coisa boa.
Nisso o relampejo do sol,
sobre as asas do miles de passarinhos que começavam a cair do céu a imitar uma
chuva transparente, daquelas do tipo casamento da raposa, alertou o santo de
vez.
Levantando as mãos para o
céu, pediu a benção do Espírito Santo – que também era uma ave, pois sempre
aparece disfarçado de pombinha branca – numa tentativa de salvar os bichinhos
da senha malvada que os estava exterminado aos miles.
Ergueu a mão direita na direção da passarada que caia, e a medida
que o poder mágico de seus dedos ia atingindo os uruzinhos, foi acontecendo um
milagre. As avezinhas que ainda tinham qualquer sopro de vida no corpo, foram
se transformando em gota d´água, e as que já
tinham morrido, se despencaram do alto para o chão, mudadas em pequenas pedras
redondas e chatas, hoje conhecidas pelo nome de chanteiras, e que lembra pelo
formato um passarinho de assas abertas.
O volume de água foi tanto, a prosseguir pelo chão, por
vales, matarias e campos, que o limite seco que separava o Rio Grande de Santa
Catarina e da Argentina se tornou num rio enorme.
Foi assim que nasceu o rio dos Uruguai, o rio Uru-gua-i, rio
dos passarinhos, outros chamam de “rio dos pássaros pintados”.
Uruguai significa “Rio
dos Pássaros Pintados”. Já descobrimos de onde vem o “Uru”. “Gua” é igual à
preposição “de” no sentido de “vem de”. “Y” do Guarani, significa água. Então
Uru-gua-y é uma frase que significa, de trás para frente, Água que vem do Uru.
Agora que descansamos
um pouco aqui na beira do Rio Uruguai, vamos voltar a viagem! Afinal, a
Argentina nos espera!
Por: Andressa Priscilla
Ilustrado por: Viajantes do 5° ano B.
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