Quando é fim de semestre, estresse, nervosismo, muitas
coisas pra fazer, em adição à sua vida fora do contexto universitário –
obviamente cheia de situações que podem fazer você perder um pouco a cabeça –, o
que possivelmente passa pela sua mente é: quero paz!
Mas daí chega o dia da sua contação. Você acha que não terá
paciência o suficiente, nem sensibilidade para ouvir e entender as crianças
que, somente naquele dia, têm sua intervenção literária.
Porém, o que acontece
é exatamente o contrário: você se sente mais viva e no lugar certo. Pode não ser bem a sua situação, mas foi a minha. Chegar à
escola e observar todas aquelas carinhas prontas pra ouvir e discutir o assunto
da contação do dia é extremamente reconfortante.
Deixá-las expressar tudo o que tiverem vontade, ouvir suas
opiniões e histórias de vida, suas reclamações, seus prazeres, suas ligações entre a história contada e a vida real, são coisas que fazem com que, pelo menos naquela hora, haja um
esquecimento das minhas próprias questões, dos meus próprios estresses e insatisfações.
Faz haver um mergulho no momento e a valorização de cada palavrinha dita, cada desejo de se comunicar e expressar tudo o que tiver vontade.
No final das contas, o mergulho no momento é tão importante quanto as intervenções literárias preparadas, o script imaginado, a "moral" da história. Deixar-se levar e criar um ambiente propício à troca de experiências fazem da contação algo significativo não só na vida das crianças, mas na dos contadores também.
Raylane
Um comentário:
Esse texto é muito você Raylane. Enquanto eu lia, ouvia sua voz. Hahaha
Adorei!
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