segunda-feira, 13 de maio de 2013

O primeiro contato


Estar em um projeto de extensão é deparar-se amplamente com a prática e com os encontros e conflitos que podem ser o momento com o outro. E acredito que o estar com o outro só se dá em uma construção mútua onde os limites de todas as partes são respeitados. Percebo que essa construção não é simples e envolve erros e acertos, no qual é necessário tanto olhar-se como olhar o outro.
Na minha primeira contação dialógica pude ver um pouco disso. A primeira vez que estive com as crianças foi uma tentativa de conhecê-las melhor, a fim de que pudesse perceber suas preferências e modos de funcionamento para atendê-los dentro dos meus limites.
Um encontro, de fato, não é suficiente para que esse conhecimento global da situação aconteça. Até mesmo porque se trata de um crescimento conjunto, assim, novos limites são impostos tanto para o contador quanto para a criança. Desse modo, acredito que estar nesse crescimento é empreender-se e comprometer-se com uma sensibilidade e abertura à construção do outro, aos rabiscos que ele também pode dar no processo.
E nesse encontro temos que estar abertos também às frustrações de uma intervenção que pode não ter efeitos imediatos ou não ter a aceitação plena por todas as crianças que podem querer mudar o que será feito. Acredito que estar atento a esses limites sutis ou pelo menos questionar-se quanto a eles já seja um passo aberto para o desenvolvimento de relações mais equilibradas e que favoreçam o crescimento de todos os lados.
Como integrante nova do projeto pretendo fazer o possível para que essa seja a minha postura dentro da extensão, porque também quero que seja essa a minha postura enquanto profissional fora da graduação.


Nathália Oliveira

Um comentário:

All you need is blog... disse...

O início pode mesmo ser angustiante, mas precisamos ter abertura,como você disse. Esses limites,essas fronteiras de que você fala, como você intuiu, são móveis, são mutantes, nunca as podemos estabelecer previamente. Experimente sempre, qualquer direção que outros lhe dão são apenas sugestões e não devem impedir que você mergulhe nessa interação viva e vá descobrindo junto com as crianças, como irá se configurar esse encontro delicado da escuta.