Agora além do nosso querido blog também temos a revista eletrônica com dicas de mediação!
Que tal dar uma conferida?
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
quinta-feira, 4 de dezembro de 2014
experiências do tio ramiro nessas últimas semanas
Olá gente, tudo bom com vcs? kkkkk
Queria compartilhar duas experiências que me marcaram a algumas semanas, a primeira foi quando li para eles o livro das advinhas, e tinha umas 80 charadinhas, eles acertaram muitas muitas muitassssss mesmo, claro que as mais dificieis que nem o TIO aqui sabia ou poderia imaginar a resposta pulava-se a charada, mas eles pensavam tanto.., e como crianças queriam competir entre si o que é compreensível, mas a felicidade deles quando o tio ramiro falava muito bem acertou, era YES acerteiiiii acerteiiii, e isso foi muito legal de ver que pude participar mesmo que um pouquinho desse desenvolvimento deles, e a segunda foi que um dia de contação que fiz uma espécie de criar a história só que agregando a ideia de todos, funcionou assim, o TIO (eu) começei era uma vez... Daí inventei uma situação e um personagem.. e ia passando a palavra de um em um.. sem limite de tempo ou palavras , até eles concluírem a parte deles na história podendo mudar,acrescentar,tirar,inventar o que quisesse, e como foi gratificante ver que eles queriam participar ativamente, saiu como ideia jogador de futebol,princesas,fadas,dragão,acidente de carro,casamento,romance,botafogo(acreditem se quiser) kkkkk, empregos,faculdade,filhos,buraco mágico que leva para outra dimensão e muitas outras.., e o especial foi que numa outra mediação umas 2 semanas depois alguns perguntaram, tio quando agente vai criar história de novo? pra mim foi gratificante ter esse retorno deles, de que gostaram do que foi feito.
sexta-feira, 21 de novembro de 2014
Viagem pela América do Sul, 1° parada: Uruguay
Olá! Depois de voltas e voltas pelo
Brasil, de passarmos pelo sudeste e pararmos no Sul para tomar um Chimarrão,
chegamos ao Uruguay e já descobrimos coisas maravilhosas sobre esse país. Como estávamos um pouco cansados, paramos na
beira do Rio Uruguay e descobrimos de onde veio tanta água... Por isso, demos
uma pausa para podermos compartilhar com vocês um pouco dessa história.
E tratou de se espichar
num tapete de guanxumas alta. Caiu bem ao pé de uma figueira carregadinha de frutos maduros.
Nesse tempo, povoava essas matarias que se estendiam longe, a
fazer limites com Santa Catarina e as terras do rei
da Espanha, uma raça de
passarinhos pequenos e cantadores, chamada URU. Aquele dia, depois de
saborearem também os figuinhos roxos e suculentos, resolveram dar graças a
Deus, cantando o que era uma lindeza de se ouvir. Eram milhares de milhares.
Unindo o gesto a palavra,
encheu as bochechas vento, ficando com a cara em brasa, de tanto fazer força.
Depois que tinha botado dentro da boca a maior quantidade de furacão, soprou com tanta fúria
quanto podia, virando para o lado de onde lhe parecia provir o som.
A passarada tratou de se
cambiar, atirando-se espaço a fora, num movimento único. Depois pensaram que se
o diabo não queria que eles cantassem no fofo dos galhos e ramagens, então
cantariam no ar mesmo fora de seu alcance. Lá em riba recomeçaram seu gorjeio, ainda mais bonito, mais alegre do que antes.
Furioso o diabo resolveu matar todos de uma vez só. Ouviu-se uma
explosão, era como um tiro de canhão. E um horrível fedor de enxofre se
propalou, na terra e no ar, deixando a bicharada tonta de cair.
Com aquele canhonaço que
se ouviu por milhares de léguas ao redor, Papai do céu, que também andava cá na
terra, desconfiou que aquilo não podia ser coisa boa.
Nisso o relampejo do sol,
sobre as asas do miles de passarinhos que começavam a cair do céu a imitar uma
chuva transparente, daquelas do tipo casamento da raposa, alertou o santo de
vez.
Ergueu a mão direita na direção da passarada que caia, e a medida
que o poder mágico de seus dedos ia atingindo os uruzinhos, foi acontecendo um
milagre. As avezinhas que ainda tinham qualquer sopro de vida no corpo, foram
se transformando em gota d´água, e as que já
tinham morrido, se despencaram do alto para o chão, mudadas em pequenas pedras
redondas e chatas, hoje conhecidas pelo nome de chanteiras, e que lembra pelo
formato um passarinho de assas abertas.
O volume de água foi tanto, a prosseguir pelo chão, por
vales, matarias e campos, que o limite seco que separava o Rio Grande de Santa
Catarina e da Argentina se tornou num rio enorme.
Foi assim que nasceu o rio dos Uruguai, o rio Uru-gua-i, rio
dos passarinhos, outros chamam de “rio dos pássaros pintados”.
Uruguai significa “Rio
dos Pássaros Pintados”. Já descobrimos de onde vem o “Uru”. “Gua” é igual à
preposição “de” no sentido de “vem de”. “Y” do Guarani, significa água. Então
Uru-gua-y é uma frase que significa, de trás para frente, Água que vem do Uru.
Agora que descansamos
um pouco aqui na beira do Rio Uruguai, vamos voltar a viagem! Afinal, a
Argentina nos espera!
Por: Andressa Priscilla
Ilustrado por: Viajantes do 5° ano B.
domingo, 16 de novembro de 2014
O trazedor de imaginação

Na última contação de histórias,
ocorrida na semana passada, li um livro para as crianças ao qual
tenho um forte apego sentimental e que já havia um tempo que queria lê-lo para
elas. O livro Marcelo, Marmelo, Martelo,
de Ruth Rocha, foi um dos livros que li na minha
infância e que nunca esqueci. Lembro-me como se fosse hoje da empolgação que
tomava conta de mim ao lê-lo e relê-lo.
A primeira vez que o vi na
biblioteca da escola, foi quase dois anos atrás: vi-o na estante, em meio a
tantos livros! Peguei-o e brotou um grande desejo de lê-lo para as crianças,
mesmo que tivesse que esperar algum tempinho (ou alguns aninhos) até que elas
pudessem estar na faixa etária para compreender o livro (na época, eles tinham
3 anos e 4 anos de idade, agora têm 5 e 6 anos).
Então a hora chegou! Peguei o
livro e o li e fiquei impressionada em saber que mesmo depois de tantos anos
aquele livro ainda despertava em mim sentimentos de prazer, de empolgação e de
muitas risadas. Comecei a mediação de leitura como sempre: os grupos de 4
crianças sentam-se ao redor do livro e comunico “ Vamos ler hoje um livro muito
especial para a Tia Barbara, que ela gosta muito, se chama: Marcelo, Marmelo, Martelo” e com um
grande barulho, vi os seus rostos com grandes sorrisos, gargalhando porque “ o
nome do livro é muito engraçado, tia!”.
Comecei a ler. Marcelo realmente
era um menino diferente, pois questionava tudo! Questionava principalmente o por quê
das coisas se chamarem como são. Por que eu me chamo Marcelo e não Martelo? E
por que martelo não se chama marmelo? Por que o mar não derrama? Por que
cadeira se chama cadeira? Deveria se chamar sentador! Todas essas perguntas eu
fiz para as crianças e perguntei também o que elas achavam do Marcelo
“ Ele é um bobo!”.
“Se me encontrasse com ele diria
que ele é um bobão! Cadeira é cadeira, ué!”.
“O
Marcelo não entende nada!”.
Perguntei a eles: “Ué, mas vocês
não acham que a cadeira não deveria se chamar sentador já que sentamos nela?” Todos me olharam e um dos meninos
disse “É verdade, tia, e escola deveria ser aprendedor!”,
outro menino seguindo a abertura que o amigo havido feito falou que caderno é
que deveria se chamar aprendedor. Daí
por diante foi uma explosão de nomes, significados, neologismos pra todos os
lados! Colher era mexedor, parede era segurador de teto, mesa era apoiador...
“Ahhhh
tia! E livro é trazedor de imaginação!”
“ Trazedor de imaginação?”.
“É! Ele traz muitas imaginações!
Eu adoro as histórias, pena que a gente tem que esperar a semana inteira para
escutar...”.
Bom, neste momento nem preciso
dizer quão comovida fiquei, na verdade
foi um mix de emoções, com alegria, orgulho e tristeza. .Não consegui dizer nada
para o menino no momento, mas me fez refletir e trazer novamente a certeza de estar
no Projeto e de como amo ser mediadora de leitura! O menino que disse isso a
mim fez exatamente aquilo que todos nós do Projeto tentamos fazer com que eles
tenham: o amor à leitura.
A contação acabou e eu fui para
casa com um sentimento de reciprocidade, um sentimento de compreensão e agora
entendo o que era. Neste dia, compartilhei o meu amor pela leitura na forma de
um livro e as crianças compartilharam o seu amor pela leitura utilizando o que
o livro proporcionava e agora estou compartilhando com todos vocês o meu amor somado
com o amor das crianças fazendo assim uma grande corrente de “amor literatural”!
E você? Também ama a leitura como
eu e as crianças do Projeto? Se sim, compartilhe conosco, se não, não perca
tempo, conheça a leitura (a leitura é prazerosa sim), pois como diz o ditado
“ninguém ama aquilo que não conhece”.
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quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Tina – O triângulo da confusão.
Aceitar as
diferenças. Tema tão repetitivo na escola que, ao apresentá-lo, crianças
mostram ter o logotipo internalizado, mas quase nunca possuem reflexões ou
opiniões próprias sobre o assunto. Trabalhar qualquer questão em conjunto é
difícil, principalmente em se tratando de crianças. Digo isso porque não é
qualquer tema que pode ser facilmente apresentado em linguagem simples. Quase
sempre, criar um ambiente aberto a discussões não é o que se espera. Ao
“desrobotizar” uma pessoa, isso é, pedir para que ela fale o que pensa, e não o
que a instruíram a falar, é chocante a dificuldade. Com crianças é até mais
fácil, pois a infância ainda é uma fase de transparências, não há preocupação,
por exemplo, com processos judiciais. Se a professora incentivar a criança a
não ter medo de se expor, prometer não mandar bilhetinho para casa ou qualquer
punição, flui tranquilamente. Contudo, existem temas em que, por mais à vontade
que a criança esteja, sempre teremos a tutela dos pais. Sexualidade é uma
delas.
Não sei explicar se
a sexualidade é exatamente um tabu nos dias de hoje. Está presente na nossa
cultura, mas ainda é muito complicado abordá-la, a divisão de público é quase
absoluta. Uns aceitam falar sobre o assunto, outros não querem nem saber.
Independente do tema ou público, se bem abordado, é possível se tratar de
qualquer coisa, homoafetividade não é diferente. Como exemplo, trago o quadrinho de
Maurício de Sousa: Tina, o triangulo da confusão.
Fazendo a leitura
da revista de edição N°6 da protagonista adulta da família “Turma da Mônica”,
percebe-se que é mais voltada para o público jovem que infantil, trazendo
assuntos como música, moda, preocupação com provas na escola e afins.
Entretanto, esse quadrinho “O triângulo da confusão”, ao meu ver, tratou da
questão dos relacionamentos e da sexualidade de forma genial. Genial porque
você pode entregar esse quadrinho para um adulto ou para uma
criança que está iniciando a leitura que ambos entenderão a mensagem, sem dificuldades com interpretação, abstração ou coisas
assim. A história é curta e
simples, e não tem o problema da homofobia como
tema central. Lembra do
logotipo internalizado que não gera reflexões? O mesmo acontece quando toda vez
que as diferenças são o assunto em foco, mas trata-se da questão de modo a gerar
respostas prontas. Aqui, ninguém é vítima de nada. Mas também, nada é
apresentado cor de rosa, em um mundo onde todos são aceitos, e não existe
maldade. Isso também não ajudaria em nada, certo?
Tudo começa quando
Tina está misteriosa com a amiga Pipa. Ela está tão entrosada com uma pessoa no
celular que a amiga decide segui-la para tirar essa história a limpo. Quando vê
Tina com outro cara, ela se choca. Logo pensa que a menina está traindo o
namorado e tudo mais. Coincidentemente, encontra Miguel, o namorado da Tina,
que entra em desespero ao ouvir a história e passa a vigiar Tina acompanhado de
Pipa. Já chegando à conclusão de traição, Miguel chora no colo da Pipa que
também é surpreendida quando o seu namorado, Zecão, chega ao restaurante
acompanhado de um amigo, pois a cena sugere, por sua vez, traição. Rola uma
briga no cenário e Tina e Caio, como são pessoas conhecidas, vão lá se meter.
Tina explica para Miguel que Caio é apenas um amigo, daí Caio fala “E eu já sou
comprometido, não é?”. Para surpresa de todos, ele aponta para o cara que
chegou ao cenário junto com Zecão.
Achando graça da
encrenca toda, Caio e seu namorado vão embora e Tina dá um esculacho em Miguel que acaba de fazer uma
cara de surpresa perante a situação.
“- Viu só? E vê se
deixa de ser preconceituoso!
- Er... Desculpa,
Tina! É que eu não sabia que ele...
- Eu estou falando
de preconceito contra mim! Você acha que tem que rolar alguma coisa toda vez
que homens e mulheres conversam? Não é?”
Assim, a história aborda a sexualidade sem frases prontas do tipo “você tem que aceitar/tolerar/respeitar ou você será um ser humano ruim”. Em vez disso, a história mostra Caio como exemplo de lucidez perante os ciúmes e as conclusões precipitadas dos dois outros casais, sem vitimizá-lo ou oferecer fórmulas prontas. Ao mesmo tempo, é uma história que eu leria com as crianças sem medo de receios por parte dos pais ou bocejos de tédio por parte das crianças.
Lembrando que eu
não critico abordar homossexualidade ou a homofobia de forma direta. Muito pelo
contrário, em algum momento isso tem que acontecer. Mas, para qualquer assunto que tende a se tornar tabu, a naturalidade é uma ótima forma de iniciar o diálogo. Achei
interessante esse quadrinho sair dos clichês que insistem em fazer a criança
decorar situações e não pensá-las.
Que outras opções para vocês recomendariam para abordar
relacionamentos e sexualidade?
Autoria: Amanda Barros
Revisão: Eileen Flores
Desafios e Delícias da Mediação de Leitura
Reflexões dos participantes da Oficina Conte Comigo, ocorrida durante a Semana Universitária 2014 na Universidade de Brasília.
A Oficina Conte Comigo, realizada durante a Semana Universitária da Universidade de Brasília, foi um sucesso. Participaram membros da comunidade universitária e externa que queriam saber um pouco mais sobre o projeto e debater os desafios e as delícias da mediação de leitura.




Depois da dinâmica quebra-gelo, apresentação do projeto e experiência
dos convidados com a leitura dialógica, tivemos um debate, afim de sabermos o
que os participantes acharam da leitura dialógica que conheceram e que fazemos
com as crianças.



No debate, surgiram muitas questões. Colocamos aqui as que mais suscitaram discussão. Os pontos aqui refletem o que foi discutido e a variedade de opiniões que surgiram.
O diálogo ao redor da obra de literatura: é possível? É importante?
Foi dito pelos participantes que é fundamental interagir com a criança e que, mais que isso, ela deve ser protagonista. Uma participante relatou que faz algo semelhante em sala de aula, com experimentos, e as crianças se sentem cientistas, descobrindo coisas novas.É importante incentivar, pois a curiosidade das crianças é instigada com situações – e palavras – diferentes.A leitura dialógica possibilita essa conversa entre mediador e criança, e os participantes acharam que é possível sim colocar em prática, mesmo não sendo fácil.
Uma participante faz Pedagogia, e o que ela pode observar na
escola onde trabalha é que muitas vezes a leitura é colocada como uma
obrigação, o que desmotiva grande parte das crianças.
Quando esse diálogo existe, damos o poder de a criança falar
e exprimir o que sente, experiências que teve. Aprendem a compartilhar o que
pensam, exercício que deveria ser feito diariamente com as crianças, para que
desde pequenas aprendessem a se expressar com essa ajuda de diálogo tão
importante.
Que dificuldades são enfrentadas pelo mediador de leitura?
Na dinâmica para a realização da leitura dialógica na oficina, os
mediadores das histórias tiveram certo receio de contá-las. Alguns
dos motivos citados foram timidez e insegurança.
Mas eles chegaram a conclusões como ser legal devolver o
questionamento para as crianças, fazê-las pensar; improvisar, conduzir para a
criatividade dos pequenos, e ser sincero sobre o que desconhece, além de
explorar bem o livro antes de realizar a contação, de maneira a se preparar
para possíveis questionamentos.
O mediador deve se colocar, deve opinar?
A dúvida “é necessário concordar com o livro?” surgiu. Algumas respostas foram as seguintes:
1 - A fantasia pode fazer parte da contação: sinta-se livre!
2 - Não dizer somente “não é assim que acontece”. Devolver o questionamento para a criança, perguntar a opinião deles sobre os fatos do livro.
3 - Ninguém é dono da verdade, é necessário
questionar, nem sempre chegar a um consenso.
Inclusive nem sempre concordar com o autor.
4 - Cada um com uma opinião, respeitar a opinião do
outro é fundamental, e ensinar isso para as crianças é essencial.
5 - Mediador não deve colocar impor suas crenças para as
crianças, por isso muitas vezes é legal deixar em aberto certas dúvidas surgidas.
6 - Não se impor não significa não opinar. O mediador deve ser um modelo de leitor reflexivo e, para tanto, deve compartilhar sim suas impressões e suas interações com a obra e o que a rodeia.
6 - Não se impor não significa não opinar. O mediador deve ser um modelo de leitor reflexivo e, para tanto, deve compartilhar sim suas impressões e suas interações com a obra e o que a rodeia.
Leitura é entretenimento?
Alguém comentou que livro não é entretenimento, é questionamento, é ação de formação, com senso crítico.
Mas surgiram também opiniões como a leitura ser um
entretenimento ativo, há o prazer de ler e se envolver com a história, mas sem
ser o mero "passar o tempo", sem ler apenas por ler, porque um livro exige mais. Sentir-se parte da história, se entreter e manter uma postura ativa e crítica são coisas que podem andar juntas.
O que não pode faltar ao ler com as crianças?
- Bom humor;
- Disposição;
- Imaginação;
- Paciência;
- Alimentar as questões;
- Ter cabeça aberta;
- Escutar a opinião e respeitar o que a criança acha sem impor sua crença;
- Emoção na leitura para despertar interesse.
Além disso, realizar a leitura com prazer é fundamental. Mediadores compartilham que ler para as crianças o que gostamos, compartilhar um momento importante, estar dedicado em algo espontâneo e sincero é mais especial que fazer da leitura um espetáculo. Então sinceridade, espontaneidade e prazer em ler fazem do nosso projeto o que ele é.
A equipe Livros Abertos: Aqui Todos Contam! se sentiu extremamente honrada com a presença de cada um@, e deseja que quem sentiu afinidade com o projeto não deixe de fazer parte, pois esperamos a tod@s com os braços abertos!
Texto de Raylane Marina
Revisão de Eileen Pfeiffer Flores
sexta-feira, 31 de outubro de 2014
Aquecendo o coração com histórias e amor
31/10 é uma data que muita criança ama. Adoram se fantasiar,
sair pra pedir doce por conta do Halloween, e se divertem contando histórias
aterrorizantes.
Eu sempre gostei porque além de tudo é quando completo mais
um ano de vida, e esse ano calhou de ser bem no dia da minha contação. Lemos a história “O menino, O cachorro".

Além disso me perguntaram se eu não tinha medo do dia do meu
aniversário.
Como eu vou ter medo quando aparecem essas criaturinhas?



Bruxinhas lindas, super-heróis com poderes loucos e
fantásticos me abraçaram e desejaram “Feliz aniversário, tia!”.
O que eu acho mais mágico que isso tudo é saber que eles se envolvem com as histórias e compartilham porque gostam da troca de experiências que temos! Afinal, esse é um dos papéis que exercemos, e saber que há retorno é gratificante.
Nesse 31/10 aqueci meu coração com histórias, beijinhos e
abraços mais que maravilhosos!
Por Raylane Marina
quinta-feira, 23 de outubro de 2014
A Idade das Cores
A minha proposta inicial era de
ler alguns contos do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen e
logo em seguida pedir para que eles desenhassem sobre a história.
Não deu certo. Levei um livro de contos e mesmo explicando que o
livro continha várias histórias, eles falavam que era grande
demais, que continha muitas palavras e não tinha desenho. Eles amam cores
e desenhos e não adianta inserir uma atividade ou outra, porque os
elementos mais importantes farão falta. Um outro detalhe: eles gostam de decidir sobre o que desenhar.
Depois
de duas tentativas frustradas, decidi levar um livro com cores e
várias ilustrações. Deu certo. Depois levei um livro ilustrado
chamado Modelo
vivo: Natureza morta,
de Gonzalo Cárcamo. Logo no começo disse: “Hoje vocês vão
contar a história”. As respostas? “Eu não quero”; “Eu não
sei ler só tenho seis anos”; “Legal” etc. O resultado? Os
resultados, na verdade, foram duas histórias muito divertidas,
contada tanto pelos que, inicialmente, gostaram da ideia quanto pelos
que disseram que não contariam, ou pelos que falaram que não sabiam
ler.
Idade dos alunos: 5 e 6 anos
Faço agora uma pequena
descrição das histórias:
1º grupo
Deram o nome de João Vitor ao
pintor e João Pedro ao caçador. Segundo eles, o pintor observava um
urso e depois veio um caçador que matou o urso. Eles se assustaram
com uma figura que mostrava apenas o rosto do caçador e o reflexo de
seus óculos. Em certos momentos confundiram os dois personagens,
pois eram muito semelhantes fisicamente. Chegaram a conclusão de que
as pessoas destruíam tudo o que o pintor desenhava e por isso ele
deixou o quadro que pintava para trás.
2º grupo
Deram o nome de Marcos Rafael
ao pintor e Max Max (lê-se Méx Máx) ao caçador. Nome composto
porque cada um citou um nome e Max Max devido à dúvida
de pronúncia. Em relação a
figura que mostrava apenas o rosto do caçador e o reflexo dos seus
óculos, chegaram a conclusão que ele observava um animal. De
acordo com eles, o pintor se escondia e observava um urso grande e
mau, mas os ursos não são apenas maus. Eles também são bonitos e
fofinhos. Os personagens tinham cara de pepino e eram neto e avô. O
caçador era avô porque tinha o cabelo loiro ou branco. Não
chegamos a uma conclusão. No final o pintor abandonou o quadro que
pintava porque estava cansado de pintar.
Por Elioenay Melo
domingo, 19 de outubro de 2014
Diário do Contador: Mundo de sombras: O nascimento do Vampiro- Ivanir Calado.
A minha experiência com o livro Mundo de sombras: O nascimento do Vampiro começou na adolescência. O que mais me fascinou foi a trama de suspense e a linguagem de adolescente tão similar à que eu estava acostumada. As vivências narradas pelo autor se aproximavam da minha realidade de cidade do interior. Algo que me chamou a atenção foi o fato do autor escrever a história com um pano de fundo de sua infância. Li este livro três vezes, tamanha foi a minha afeição por essa obra, principalmente pelos trechos marcantes que possuíam um correlato forte com minhas experiências, não literalmente, mas em parte uma vivência um tanto próxima.
Foi pensando nestes momentos que decidi lê-lo com as crianças, principalmente pelo caráter de suspense e terror que o livro possui. O mistério que cerca a história certamente prende o leitor, que simplesmente embarca com Júlio e Daniel nessa busca pelo vampiro. No primeiro capítulo já percebi diferenças contrastantes entre a minha leitura e a compartilhada com as crianças. A linguagem do Autor é peculiar, pois Calado emprega gírias dos anos 70, palavras muito pouco usuais como “desvario gótico”, “estarrecido”, “mausoléu”, “bulhufas”, “pinel”, entre outras. Coube a mim, decifrá-las para as crianças, muitas nem eu sabia o significado, tive de recorrer ao dicionário.
Uma das razões é que essas palavras não fazem parte da realidade das crianças, nem faziam parte da minha, mas por já estar acostumada com diferentes tipos de escrita de diversos autores e autoras, quando o li não dei muita importância, mas agora lendo com as crianças, elas me fizerem perceber que certas coisas simples de explicar são escritas de maneira tão complexa que se torna incompreensível. No entanto, o mistério é tão envolvente que esse detalhe ficou para o segundo plano, muitas crianças já relataram estarem interessadíssimas em descobrir quem é o Vampiro. Outras já estão buscando mais livros nesse sentido e eu fico extasiada de ver esse resultado. Muitas já especulam sobre os próximos acontecimentos e tenho que me segurar para não ultrapassar a história.
Um menino em especial sempre me questiona a respeito do título, pois se trata do nascimento de um vampiro, mas até o momento só houve a morte de uma vampira. Claro que essa é uma das revelações do livro, não posso nem pensar em adiantar.
Tenho percebido que quando perpassamos partes do livro que tratam da morte e abordo esse assunto com as crianças, têm surgido definições e perspectivas sobre esse fenômeno que demonstram o interesse delas em compreendê-lo. Apesar da pouca idade (alunos do 4º ano), eles relatam já terem ido a muitos enterros e passado por situações de angústias profundas, marcantes que já influenciou o olhar que eles têm sobre a vida. Algumas relataram temer e ao mesmo tempo ter curiosidade sobre a morte. Acho bacana ver como as experiências delas já demarcam suas crenças e como elas também estão muito abertas a conhecer e discutir sobre essa temática tão desafiadora como é o fim da vida.
Enfim, este é apenas mais um relato do quanto nós, Mediadores, estamos continuamente aprendendo com as crianças, essa é mais do que uma relação de leitura, é uma troca entre as crianças, o livro e os Mediadores.

Editora: Galera Record
Autor: Ivanir Calado
Texto por Sara Meneses.
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