Leitura Dialógica X Leitura
Convencional
Dizem que a leitura permite
viajar, mas será que viajamos sempre calados, passivos, só escutando a leitura
de um adulto? Será que a viagem pelo mundo da leitura não é mais agradável
quando interagimos, perguntamos no seu percurso?
Conto histórias para uma turminha
de 1º ano do Ensino Fundamental, crianças entre 4 e 5 anos. Na minha terceira
contação escolhi um livro intitulado “Abra com cuidado! Um livro mordido!, do
autor Nick Bromley. O livro conta a história de um crocodilo que invade a história
do patinho feio, e para sair da história só encontra uma alternativa; comer o
livro. É um livro bem legal e interativo.
Na minha terceira contação, havia
um menino novato, nunca havia visto ele antes, comecei a contação perguntando
sobre o que eles achavam que se tratava o livro, conversamos inicialmente sobre o autor, ilustrador e editora. Após essa conversa comecei a
ler o livro e fazer algumas perguntas. O menino novato ficou irritado com as minhas perguntas e os comentários dos colegas e dizia:
-Como que eu posso saber se você
não leu ainda?.
- Passa logo a página.
-Continue lendo a história.
Todos os questionamentos,
comentários eram vistos por ele como algo que atrapalhava o andamento da
história. Me senti como se eu estivesse falando de boca cheia, como se o ato de questionar
durante a contação fosse falta de educação. A leitura dialógica demanda uma
interação entre leitor e ouvinte, e é justamente através dessa interação que a
criança recebe informações, que são estímulos para o seu desenvolvimento
cognitivo. Mas o que fazer nessa situação? O que fazer para que esse aluno se interesse pela leitura dialógica?
Taíres Sena
2 comentários:
Acho que a postagem anterior fala justamente do que você está falando também, Taires! :) O respeito ao silêncio, além do fluxo e da musicalidade da história, são muito importantes. Sugiro tentar ler uma vez a história e depois retornar às partes favoritas das crianças ou a uma imagem que as instigou especialmente e aí sim interagir. Uma boa dica é: leia o texto antes e planeje eventuais interações iniciadas por você de modo a não quebrar o fluxo e o encantamento. Se necessário e desejado, deixe a interação mais intensa para uma segunda leitura, podendo ser só de uma ou outra imagem ou retomando a parte favorita da história, por exemplo.Na dúvida, siga a criança! Por exemplo, se ela comentar algo da história, das imagens, da obra, ou perguntar algo, dê toda a atenção, mas se ela demonstrar estar "curtindo a música sem querer dançar", como disse a Julia no post anterior, então, deixe fluir! :)
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