Desde o dia 16 de setembro, tenho uma companheira para contar estórias e por isso Carol e eu fizemos uma espécie de dinâmica com as crianças. Assim, ela os conheceria melhor e vice-versa. Cada um se apresentou e disse que tipo de estória gostava de ouvir – inclusive a própria Carol, que levou um livro que gostava na infância e apresentou aos meninos e meninas. Logo começaram a se soltar e a contar casos do dia-a-dia.
Na primeira semana de contação deste semestre, muitas crianças estavam me pedindo estórias de terror/aventura – enquanto que outras queriam de princesa. Então, prometi que leria Frankenstein, de Mary Shelley. Perguntei se sabiam do que se tratava o livro e aproveitei pra contar um pouco sobre a autora e de como ela a escreveu. Eles ficaram encantados pelo fato de ela ter escrito Frankenstein durante uma noite chuvosa que passou em um castelo.
Conversamos um pouco sobre isso, sobre estar em um castelo durante uma noite de tempestade e o quê fazer enquanto isso. Um começou dizendo que seria corajoso e não teria medo de coisa alguma e incrivelmente – a maioria se juntou à opinião do outro. Algumas crianças se mostraram desconfortáveis com o tema e com as figuras do livro e, por isso, não participaram muito da nossa discussão. Mas contribuíram muito com suas caretas de espanto e nojo, seus dizeres “Eca!!”, “Ai credo, TIA!”. Enquanto eu passava as páginas, elas olhavam admiradas (algumas com receio) e comentavam muito as imagens. Aos poucos, elas mesmas estavam criando a própria estória em conjunto, às vezes concordando e outras discordando da continuação do colega.
Logo depois, Carol e eu fomos criando uma espécie de “o que é preciso para uma boa estória de terror?”. Nós duas tínhamos dois potinhos coloridos em que colocávamos os papeizinhos com as dicas das crianças. Aqui vão algumas: gritos, caveiras, morcegos, pessoa malvada, velas que acendem e apagam, relógio que bate à meia-noite, noite escura, sangue, terror, barulhos, fantasmas, aranhas, portas que abrem sozinha, armaduras, espadas, morte, tragédia, cadáveres, livros que voam, paredes que se mexem, noite apavorante, lua cheia, cicatrizes, trovão, chuva.
Em um grupo, foi um pouco diferente. Depois de já termos todas as palavras no pote, fomos construir a estória de terror juntos. Estipulamos a sequência que seria seguida para tirar o papel do pote, cada um ia tirando um papel por vez e ia dando continuidade à estória contada de acordo com a palavra que tinha saído. As crianças se divertiram muito e estavam mais participativas do que nunca!
Já nessa última sexta-feira (23/09), Carol e eu pegamos grupos diferentes: eu com os que queriam Frankenstein e ela com outros. As crianças do meu grupo estavam muito ansiosas para ouvir a estória, chegando ao ponto de chamar a atenção dos colegas que estavam “atrapalhando” e não deixavam prestar atenção direito. Percebi que a maioria se interessou muito pela estória, talvez por ser um livro que eles mesmos escolheram. Mas acho que a dinâmica também ajudou muito, acho que se sentiram mais “por dentro” do assunto. Espero terminar a outra metade do livro nessa semana. Logo conto como foi! Ate lá!
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