É engraçado perceber a mudança da minha postura da primeira contação para a segunda. No primeiro dia, eu estava um pouco insegura, com medo de não conseguir responder às respostas das crianças, mas que surpresa eu tive ao perceber que eu não tinha que “dar respostas” porque estas nem sempre são únicas e absolutas, e que juntos, as crianças e eu, poderíamos formular várias hipóteses e ampliar nosso leque de possibilidades para sanar essas dúvidas, que por sua vez, também eram minhas.
Uma vez superada essa ansiedade inicial pelo que estava me aguardando e me sentindo mais a vontade com a dinâmica da leitura dialógica, iniciamos a contação. Pois bem, como na semana interior eu havia interrompido a leitura de “Dito e feito” de Jennifer Armstrong, resolvi recomeçar a leitura (com a ajuda dos que já tinham ouvido o início) e contá-la para os demais grupos (dessa vez os dividi em 5 grupos de 6 para não faltar tempo a nenhum).
“Dito e feito” conta a história de Hugo, um menino pobre e órfão que só queria atravessar a ponte para chegar à cidade, mas para isso ele teria que pagar um pedágio e é ai que começa toda a sua aventura. À medida que Hugo encontrava a solução para um desafio, uma nova condição era imposta, e foi assim que Hugo, para atingir seu objetivo de chegar à cidade, acabou resolvendo o problema de outras pessoas e se tornaram amigos, como o padeiro, o moleiro, o alfaiate, a menina dos gansos e até de uma bruxa que não era má. Tudo ele conseguiu sem um centavo no bolso, apenas com boa vontade e determinação.
Todos os grupos se envolveram muito com a história. Até sabiam a hora que Hugo ia soltar os seus bordões “E agora? O que eu faço?” ou “Combinado!” acompanhado de um tapa no joelho, todos repetiam o gesto e morriam de rir, e exclamavam “O joelho dele já deve estar roxo!”. Foi assim que demos vida a mais uma história e nos despedimos ansiosos pela próxima aventura.
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