Quando entramos na
universidade, parece que nada deve ser mais importante e merecedor de nossa
atenção, que os conteúdos científicos (cheios de teorias, frutos de longas
pesquisas e mil vezes testados para que assim tenham sua credibilidade aceita)
das enormes apostilas de textos acadêmicos, que teimam em ocupar o lugar do
universo lúdico e ficcional de nossas mochilas, na qual tinha lugar garantido, em outras
fases de nossas vidas, principalmente na infância e adolescência.
Sim, sim, mas esse tipo
de literatura é importantíssimo e indispensável para a formação de nossos
futuros profissionais, não temos que perder tempo com ficção. Pelo ao menos é
assim que somos levadas/os a nos portar, mesmo que sem querer,
pois somos empurradas/os pela enxurrada de fichamentos, provas, seminários,
congressos e outros deveres acadêmicos, que não nos sombra muito tempo para sair
por ai lendo o que bem entendermos.
Pior que nem é preciso ser
universitário para desprezar ou esquecer aquilo que nos divertia por longas horas e que poderia
muito bem provocar o mesmo efeito hoje em dia, mesmo sendo “gente grande” e
cheia/o de coisas mais importantes para fazer, bastasse ter uma chance.
Muito bem, esta postagem é para
declarar minha paixão por literatura infantil e ficção, e posso garantir que
não estou sozinha. Dá pra perceber no rabo de olho das pessoas (tem uns que ficam encarando mesmo), quando, no metrô ou no ônibus lotados de pessoas indo ou voltando do trabalho ou mesmo das/os minhas/meus colegas universitárias/os (que intimamente devem se perguntar: como ela pôde???), saco da
minha mochila (cheia daquelas apostilas), um "Livro de fadas prensadas de Lady Cottington" (Tery Jones), ou "O homem da Chuva" (Gianni Rodari) ou “O rei maluco e a rainha mais ainda”
de Fernanda Lopes de Almeida ou qualquer outro que esteja fora da "lista de leitura obrigatória, útil e necessária", e fico lendo e rindo sozinha, felizmente no Livros Abertos estou sempre em contato com este universo que não abro mão e o transporte público acaba sendo um dos lugares para experimentar as histórias que depois serão compartilhadas com a turminha do 2º período da E.C 415 Norte. Pois é,
as vezes dá vontade de fazer uma rodada de leitura compartilhada no meio do
"coletivo" e destravar todas essas pessoas, será que daria certo?
Texto de Raíssa Dourado
Texto de Raíssa Dourado
Um comentário:
Saudades das tardes perdidas em livros e livros, sem nada a me perturbar... Este post me lembrou muito isso...
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