Caia uma forte tempestade na
madrugada em que Marcus Vinitius da Cruz e Mello Moraes nasceu. Foi ali mesmo,
no velho casarão nº 114, no Jardim Botânico, conhecido bairro do Rio de
Janeiro. No dia 19 de outubro, agora, Vinicius de Moraes estaria completando 98
anos de idade!
Quando
menino, mais precisamente aos 11 anos de idade, Vinicius já começou a
demonstrar curiosidade e vocação para a poesia. Curiosamente, sua
mãe era uma exímia pianista, e seu pai, poeta bissexto. Compunha, então,
diversas canções. Além disso cantava e atuava nas peças infantis do colégio. Vinícius
de Moraes recebeu o apelido de O Poetinha.
Os anos se passaram e ele, além
de poeta, também exerceu o cargo de diplomata e jornalista. Trabalhou no jornal
A Manhã como critico cinematográfico,
e dirigiu o “Suplemento Literário”, no O
Jornal. Ele também viajou muito! Esteve pelo nordeste em busca de respostas para situação política e
econômica do Brasil. Conheceu João Cabral de Melo Neto e foi grande amigo de
Pablo Neruda. Também morou cinco anos em Los Angeles, como vice-cônsul, em seu
primeiro posto diplomático.
Hoje
o casarão nº 114 não existe mais. A família de Vinicius se mudou diversas vezes
ao longo de sua infância, e ele próprio teve a oportunidade de explorar
criativamente tudo o que viveu. Em
relação às crianças ele foi bem generoso! Escreveu 32 poemas que se tornaram
clássicos musicais nos anos 80, como A
Casa . Depois, as poesias virarão canções, gravadas no álbum Arca de Noé.
A Casa
Era uma casa
Não tinha
teto
Não tinha
nada
Ninguém
podia
Entrar nela
não
Porque na
casa
Não tinha
chão
Ninguém
podia
Dormir na
rede
Porque na
casa
Não tinha
parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque
penico
Não tinha
ali
Mas era
feita
Com muito
esmero
Na Rua dos
Bobos
Número Zero
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