domingo, 9 de outubro de 2011

Coluna do Colaborador por Adriana Rezende Dias



“Mamãe, a Tia não deixa a gente discordar dela!”  Essa frase encerra um diálogo que estava desenvolvendo com a minha filha sobre a importância de expressar o ponto de vista dela sobre os acontecimentos e determinações em sala de aula. A medida que ela apresentava um impasse ou um acontecimento, íamos dialogando sobre o que ela achava e o que ela poderia dizer ou perguntar para a professora, até que em um determinado momento ela me formulou a frase acima e abruptamente encerrou o que para mim estava sendo um delicioso exercício de argumentação e desenvolvimento de raciocínio.
 O simples exercício de argumentação em sala de aula está sendo banido, junto com ele o pensar reflexivo e ainda assim exige-se que o aluno mantenha-se interessado pelo o que a professora fala por 4 horas seguidas. O curioso que gostaria de ressaltar aqui não é a profunda discussão que há nisso tudo, e sim o fato de que o não foi a professora quem determinou que o que ela está dizendo é interessante, somos todos peças de um jogo de que a educação no Brasil cabe ao Governo Federal no qual não somos partícipes ativos. Repetimos sem refletir ou questionar se determinado conteúdo é apropriado ou não. Submetemos nossos filhos a provas do MEC pois o mesmo determina que é o mais apropriado e concordamos sem pestanejar.
Na antiguidade, o mensageiro trazia as notícias mais perturbadoras aos povos em conflito, mas era sempre bem recebido e respeitado. Vamos continuar cuidando e olhando para os nossos mensageiros!


Adriana Rezende Dias
Psicanalista. Coordenadora do Viva- Brasilia

Um comentário:

SSJ disse...

Gente!!Vcs tinham razão, ficou lindo o blog com essa cor. Parabéns!